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sexta-feira, 4 de julho de 2014

Belinha a Eterna Capitã voltou a jogar no coração das amigas


Texto: João Carlos Lopes / Fotos: Beatriz Mendes 
(Evento ocorrido no último Sábado e atrasado propositadamente na Redacção)
  
Até quinta Belinha. Bates fortes cá dentro! 

Belinha, a "Eterna Capitã, voltou a ser lembrada pela companheiras de muitas jornadas no 2.º Encontro Futebol Feminino em sua homenagem numa clara e inequívoca mensagem que de que quem privou com ela jamais a esquecerá e a sente a pulsar no coração como se nunca tivesse partido.

Desta vez o jogo decorreu no Parque de Jogos do Operário de Antime mas o programa teve uma parte mais sentimental. O toque a reunir para este segundo encontro ocorreu à entrada do cemitério de Fafe e depois de terem trocado algumas palavras entre si seguiram o guião do programa coma visita ao túmulo da saudosa atleta. No jazigo, deixaram uma lembrança que consistiu numas quadras escritas por Manuela Trigo e que foram lidas pela Beatriz Mendes, que o fez com a voz embargada e visivelmente emocionada, estado que contagiou todos os presentes, entre os quais alguns familiares de Belinha e cujo conteúdo é o seguinte: «Conhecida por Belinha “Couto” / Era em campo um talismã / E para todas as jogadoras / Será sempre a nossa Capitã. Entrava sempre em campo / Com o n.º 5 do C.D. Vinhós / Estará eternamente / No coração de todos nós. “até quinta!” Família C.D. Vinhós»

De referir que essas quadras ficam perpetuadas na sua campa pois estão gravadas numa lápide. Como diria uma figura conhecida da nossa praça “a Belinha bate muito forte cá dentro" para quem a conheceu e privou com ela. 

Depois da romagem ao cemitério as antigas companheiras deslocaram-se para o Campo de Jogos de Antime onde foram muito bem recebidas pelo presidente Jorge Marinheiro para fazerem aquilo que a Belinha tanto gostava, jogar futebol. Enquanto se equipavam e durante o aquecimento foram recordando alguns momentos passados no Vinhós, palco de muitos treinos e jogos, com histórias que iam contando.

O jogo, que se iniciou por volta das 17 horas começou por ser uma partida de futebol de sete. Porém, as atletas consideraram que, apesar de já não estarem habituadas a um campo tão grande deveriam, na mesma e como o faziam antigamente, jogar num campo com as dimensões de futebol 11, o que acabaram por concretizar, com as guarda-redes Verinha e Marisa a escolherem as equipas.

No decorrer do jogo foram muitos os momentos de descontração porque toda a gente estava animada por jogar e relembrar os velhos e inesquecíveis tempos, tendo o marcador assinalado um empate a duas bolas no final da partida. 

Como não podia deixar de ser todas as atletas jogaram com uma camisola com o número 5, que tinha na frente o rosto da Belinha o que dificultou a vida a Gerhard Seidler, árbitro deste reencontro e que, de vez em quando, na brincadeira, deixava passar alguns lances, como foras de jogo. Como o dia era de saudosismo e de festa, Miguel, sobrinho da Belinha e o seu cunhado Zé Castro também jogaram. 

Um dado relevante foi a participação de Isabel, antiga guarda-redes do Vinhós no tempo da Belinha que, tal como a sua irmã Teresa, também participaram nesta homenagem e também jogaram. De realçar que as duas atletas tal como faziam naquele tempo, se deslocaram propositadamente de Vila Real, de onde são naturais. Como não podia deixar de ser, a família da Belinha esteve presente a assistir ao jogo.

Após a descontração da partida de futebol as companheiras de Belinha foram jantar a Rilhadas num ambiente animado e de partilha de histórias com muita diversão à mistura. Ainda antes da sobremesa foi mostrado um vídeo montado por outra Belinha, que também é desportista, pois defende futsal no Nun'Álvares, e que é afilhada da malograda Belinha.

Tudo correu bem e a Belinha, onde quer que esteja, ficará orgulhosa por estas pessoas se juntarem para a homenagearem e aproveitarem essa homenagem para se reencontrarem partilhando muitas histórias vividas por todos e, todos os presentes tiveram oportunidade de partilhar tendo em comum o gosto e orgulho de terem jogado com a Belinha, que foi uma companheira e uma amiga que lhes encheu o coração a todas sem excepção. Foi uma pessoa especial que as deixou fisicamente, mas que está no coração de cada pessoa que com ela teve o prazer de conviver. 

Para que tudo fosse perfeito, a Belinha lá no céu providenciou junto de S. Pedro para que estivesse uma tarde de sol fantástica. Isto depois de ter chovido da parte da manhã. Nada terminou neste convívio pois tal como a Belinha dizia no final dos jogos, quando as colegas seguiam os seus percursos distintos para as suas casas foi apenas mais um: "Até quinta!".

Veja mais fotos tiradas por Beatriz Mendes AQUI
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