.

.
.

quarta-feira, 30 de julho de 2014

Cicloturismo: Aro 27 esteve na II Marcha Cicloturista de Oia

Texto: João Carlos Lopes / Foto: DR

Parecia uma etapa da volta a Espanha

A viagem ainda era longa o que encurtou o sono em várias horas mas os dez bravos do pelotão compareceram à chamada para a deslocação a Oia, na Província de Pontevedra, em Espanha, onde os esperava uma caravana de meio milhar de senhores cicloturistas, com um andamento de cortar a respiração, para a participação na II Marcha Cicloturista de Oia A Baixo Miño – Val Miñor, uma prova de 115 km, que teve como padrinho o antigo ciclista espanhol Óscar Pereiro, vencedor a Volta à França no ano de 2006 e com o qual os elementos da Associação Aro 27 fizeram questão de tirar uma foto. 

A boa disposição começou no momento de colocar as bicicletas em cima da carrinha o que serviu para despertar os mais ensonados e para alguma gargalhadas proporcionadas por palavras de circunstância. O presidente Manuel Ferreira deu o exemplo e subiu para cima da carrinha para prender as bicicletas. De resto é um líder nato, aglutinador de vontades, que nunca deixa ficar um parceiro para trás na estrada, sempre preocupado com o bem-estar de toda a gente. Graças a ele o Aro 27 renasceu das cinzas e tem hoje, novamente, dezenas de cicloturistas entusiasmados com a prática do ciclismo na sua vertente mais pura, a do lazer. 

A viagem decorreu quase toda debaixo de nevoeiro intenso e a primeira parte da corrida também foi feita sobe o mesmo efeito de tempo. A partida da Marcha Cicloturista foi dada junto do Mosteiro de Santa Maria de Oia, a apenas 10 metros de altitude e, depois de pouco mais de um quilómetro em caminhos municipais foi apanhada a estrada nacional em Direcção a Baiona, com a caravana a ganhar, desde logo, uma velocidade estonteante quase sempre entre os 30 e 50 km hora. 

Depois de cerca de 30 quilómetros a grande velocidade junto à orla marítima espanhola, pouco depois de Baiona, houve um desvio em Gondomar para a subida se começar a sentir em Peiteiros, seguindo por Morgadans, Murxido até chegar ao Monte Aloia que fica a 600 metros de altitude. Foi uma subida de cerca de nove quilómetros com o grau de dificuldade sempre a aumentar em que foi visível o grande sofrimento dos participantes. 

Depois de alguns quilómetros a descer a alta velocidade foi operado o abastecimento junto ao Parque da Casa C. durando apenas alguns minutos onde o azarado ciclista do Aro 27, Armando colou mais um dos cinco furos que teve nesta corrida, o que o levaria a vencer o prémio do azar, caso ele existisse. 
Cicloturistas do Aro 27 que
participaram nesta marcha  

A caravana voltou a seguir em alta velocidade em direcção a Tuy, com passagem por Tomiño, a Garda e novamente Oia. Aqui a derivação feita à direita levou os cicloturistas por mais sete penosos quilómetros sempre a subir, numa inclinação de loucos, com passagem por Torroña, até ser atingido o ponto máximo em Cruz de Pau, numa altitude de 500 metros. A caravana passou ainda por Mougas-Plaza, até regressar, agora em descida até à estrada nacional para serem feitos mais meia dúzia de quilómetros em direcção ao Mosteiro de Oia.

O banho foi dado no campo de Futebol de Oia, mas como tinha havido um desafio do desporto Rei antes, os cicloturistas tiveram de esperar e acabaram por tomar banho em água fria. Tudo se superou. 

O almoço foi feito numa unidade hoteleira de Oia, onde foram entregues as lembranças às equipas e também a cicloturistas individuais, como o caso de Paula Peixoto, cicloturista do Aro 27 que recebeu o troféu de única mulher portuguesa na prova. Uma distinção merecida pois trata-se de uma cicloturista com garra e determinação que aborda os percursos com inteligência e que está numa forma física invejável, deixando até ficar mal muitos homens na estrada, quando ultrapassa obstáculos de grande dificuldade e rola a grandes velocidades quando necessário. 

O regresso foi feito em confraternização permanente e ainda houve tempo para uma paragem nas Caldas das Taipas para um lanche que já ia preparado de casa e que bem soube mesmo ao final da tarde, com especial destaque para a broa de Fafe que “soube que nem rosca” juntamente com o presunto e o salpicão, tudo regado com a boa pinga fafense, tudo preparado atempadamente por Manuel Ferreira.

Um grande passeio por parte do Aro 27 no verdadeiro sentido da palavra pois houve participação, camaradagem e boa disposição, sem que ninguém se tivesse aleijado. A prova em si foi diferente de tudo o que tinha sido feito até então pela sua exigência e disponibilidade física, mas o espírito de grupo superou todos os obstáculos. 

Veja mais fotos AQUI
.

Sem comentários: