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sábado, 16 de agosto de 2014

Andebol: Entrevista a Nuno Silva atleta do Sporting da Horta

Texto: João Carlos Lopes / Fotos: DR 

Percurso invejável de um Senhor guarda-redes

Nuno André Abreu Silva, nasceu em Fafe a 30 de Janeiro de 1982 e está praticamente radicado nos Açores onde já assentou arrais tendo inclusive um filho de dois anos. É jogador profissional de andebol há 14 anos na posição específica de guarda-redes. Começou por praticar a modalidade na rua e experimentou até outros desportos mas as suas qualidades na baliza de andebol levaram-no a traçar uma carreira invejável com passagens pelo AC Fafe onde tudo começou de forma mais organizada. Ainda como juvenil teve um convite do ABC de Braga que lhe abriu as portas para ser jogador de andebol. Regressou uma época ao AC Fafe, mudou-se para o Sporting da Horta, para regressar novamente ao AC Fafe, na altura já na 1.ª divisão. Passou pelo São Bernardo, mudou-se para o Sporting Clube de Portugal e depois para o Benfica onde se sagrou Campeão Nacional, título que fugia ao Clube há 18 anos. Regressou novamente ao Sporting da Horta onde vai iniciar a sexta época consecutiva. Este fafense não se ficou por aqui e representou também a Selecção Nacional desde os Sub-16 até aos Seniores A, num total de 49 internacionalizações. É sem dúvida um dos maiores valores do andebol fafense de todos os tempos. No caso da sua posição o guarda-redes fafense que conseguiu chegar mais longe na modalidade. Aos 32 anos encara o treino e o jogo com o mesmo afinco de sempre, com garra, determinação e profissionalismo e quer continuar na modalidade ainda por mais alguns anos. Um senhor guarda-redes é o que é.


Qual era o seu sonho de criança?

Como a maior parte dos miúdos da minha idade, o meu grande sonho era ser jogador de futebol.

Que desportos praticava em miúdo?

Sempre gostei de desporto e pratiquei um pouco de tudo, desde futebol, andebol, natação e hóquei em patins. Fazia-o por prazer e porque a maior parte dos meus colegas também o faziam.

Porquê a opção pelo andebol?

Comecei por jogar andebol na rua com os meus colegas que na altura já jogavam na AD Fafe. Depois de muitos jogos de rua um dia experimentei ir a um treino e nunca mais parei. 

Que percurso fez enquanto andebolista? 

Comecei por jogar no Fafe. Ainda como juvenil tive um convite do ABC de Braga que não podia recusar, era a minha oportunidade de vir a ser jogador de andebol, estive três anos na equipa bracarense. Depois disso, regressei uma época ao AC Fafe, seguindo-se uma época nos Açores, a minha primeira passagem no Sporting da Horta. Regressei novamente ao AC Fafe, na altura já na 1.ª divisão e com uma forte aposta. Joguei ainda dois anos no São Bernardo, mudei-me para o Sporting Clube de Portugal e depois para o Benfica onde me sagrei Campeão Nacional, título que fugia ao Benfica há 18 anos. Após essa conquista tive um convite do Sporting da Horta que aceitei e já lá vão cinco épocas consecutivas. 

Porquê a posição de guarda-redes?

Inicialmente comecei por praticar andebol como jogador de campo mas seria por pouco tempo. Na rua costumávamos jogar quase todos os dias e íamos rodando na baliza mas, alguém disse que eu tinha jeito e que deveria experimentar ir para baliza nos treinos, e assim foi até hoje. 

Em que circunstância foi parar novamente ao Sporting da Horta?

Eu já tinha representado o Sporting da Horta há 12 anos atrás. Como eles já me conheciam e quase todos os anos me contactavam para eu voltar a jogar nos Açores, após duas épocas no Benfica fui abordado novamente e aí já não pude dizer que não. Vou agora para a sexta época consecutiva nesta equipa.

Ao que tudo indica já criou raízes nos Açores. É verdade?

A minha mulher é açoriana. Conhecia há 12 anos atrás, quando joguei pela primeira vez no Sporting da Horta. Desta relação já temos um filho com 2 anos e sinto-me muito bem com ela.

Depois de estar nos Açores recebeu convites de outros Clubes?

De facto já recebi alguns convites para sair do Sporting da Horta mas ainda nenhum me convenceu para trocar novamente de camisola. Sinto-me acarinhado neste Clube que tão bem me tem tratado e valorizado o meu trabalho. 

Considera-se um profissional do andebol?

N. S. - Estou como profissional de andebol há 14 anos. Aqui no Sporting da Horta treino duas vezes por dia, cinco dias por semana. Tento ser o mais profissional possível, caso contrário estarão outros prontos a agarrar o lugar, porque é preciso honrar os compromissos com toda a dignidade e seriedade e só dando o meu máximo sinto que o estou a fazer. 

Quantas vezes foi chamado à Selecção Nacional? 

Representei todos os escalões das selecções nacionais, desde os sub-16 aos Seniores A, tenho 49 internacionalizações. O que me deixa muito orgulhoso pois o sonho de qualquer atleta é representar o seu país ao mais alto nível e eu tive o privilégio de o fazer. 

Gostava de um dia regressar ao AC Fafe? 

É o clube do meu coração, o clube onde dei os primeiros passos e onde gostaria de dar os últimos, ou seja terminar a minha carreira como andebolista. 

Que recordações guarda do AC Fafe?

As melhores possíveis, joguei sete épocas em Fafe, com os meus amigos em que conquistamos alguns títulos e as amizades ainda perduram.

Qual foi para si o momento mais alto da sua carreira?

Foram dois: a conquista do título de campeão nacional ao serviço do Benfica e ter representado a Selecção Nacional.

E qual foi o momento menos bom sua carreira? 

Algumas finais perdidas e as lesões, mas infelizmente são duas situações que estão inerentes à prática desta e de outras modalidades. 

Quem foi o técnico que mais o marcou?

Tive muitos treinadores mas houve dois técnicos que me marcaram sobremaneira. Um deles foi o Professor Mário Santos e o outro Manuel Laguna. De resto estou grato a todos os treinadores que tive, pois tirei ensinamentos de cada um que foram importantes para o meu percurso como andebolista.

O AC Fafe desceu de Divisão, que comentário lhe merece?

Foi com muita pena que vi o AC Fafe descer de divisão, custa-me ver um clube que é só de andebol e com as condições do AC Fafe, que são boas, não estar já consolidado como um dos clubes que todos os anos ande ali pelo meio da tabela, o Fafe tem uma boa formação, juntamente com alguns jogadores mais velhos da terra e consegue ir buscar sempre bons jogadores. Na temporada passada tinha boa equipa, nunca imaginei que fosse descer de divisão. 

Quem são os colegas de que mais se lembra enquanto esteve no AC Fafe e porquê?

Tive muitos colegas mas dos que me lembro mais são do Duarte Silva, Rui Paulo, Hugo Fernandes, Luís Ferreira, Armando Pinto, Luís Nunes, João Castilho e ainda do Senhor Luís. Foram e são todos amigos dentro e fora de campo.

Sente-se uma pessoa realizada?

Eu quero sempre mais, mas não sou daqueles que me lamento de não ter isto ou não ter feito aquilo.

Já alguma vez pensou quando vai terminar a carreira?

Ainda não penso nisso, mas sei que com 32 anos já não me restam muitos mais anos de atleta. Contudo, trabalho com o maior empenho para conseguir jogar mais alguns anos.

O que mais teme na vida? 

Que algo de mal possa acontecer às pessoas que amo.
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