Texto e fotos: João Carlos Lopes / Tiago João Lopes
Os heróis caíram de pé com bravura e dignidade
Sem treinar há três semanas e sem treinador, os bravos jogadores do GD
Silvares, da 1.ª Divisão Distrital, orientados por Pedro Costa e Mike Cunha, defrontaram o gigante FC Amares, da Divisão Pró-Nacional, e perderam por 5-1, terminando a sua longa estadia na edição de 2015 da Taça AF de Braga com bravura, dignidade e muita missão de sacrifício. Ficaram-se pelos quartos de final mas a sua bravura é de autênticos finalistas.
Se alguém merece aquela medalha que dão na festa do desporto no dia 5 de Outubro são sem dúvida estes jogadores que deram o "grito de guerra" com uma vontade como se não houvesse amanhã. Na verdade, os próprios jogadores não sabem o seu futuro com a camisola do GD Silvares e deixam em aberto a possibilidade de continuar ou não a representar o Clube. Resta dizer que este jogo teve talvez a melhor assistência da época para o Silvares. Entre o público encontrava-se o treinador demissionário, PH bem como o técnico e o presidente da Comissão de Gestão AD Fafe, Agostinho Bento e Jorge Fernandes, respectivamente e ainda treinadores de outros Clubes.
O Silvares conseguiu aguentar o primeiro quarto de hora, período em que o Amares enviou uma bola ao poste através de bié, aos 10'. O Silvares podia ter chegado ao empate aos 15' quando Stuca em jogada de insistência ganhou canto que foi marcado por Landinho, com Óscar a falhar a emenda ao segundo poste por muito pouco.
O Amares chegou ao 1-0 aos 19', num lance em que Orlando foi servido e ficou na cara de Nuno Preto, rematando sem oposição. Ampliou a vantagem aos 24', de grande penalidade, apontada por Flávio, a punir falta de Moura sobre Hélder, que até aos jogadores amarenses deixou dúvidas se foi fora ou dentro da área.
O Silvares conseguiu reduzir aos 27', também de penalti, a punir bola na mão de Saviola, num lance discutido com Moura. Óscar bateu de forma irrepreensível para o 2-1.
Dez minutos depois do golo dos fafenses o Amares voltou a marcar. Numa primeira instância Nuno Freitas ainda evitou o golo mas depois Ginho arranjou espaço e fuzilou Nuno Preto.
Tentou responder o Silvares de bola parada, com Jorginho a bater um canto e Moura a cabecear por cima aos 38'. O Amares matou o jogo aos 41', com Bié a aparecer solto na cara de Preto e a fazer o 4-1.
Logo no início da segunda parte os amarenses chegaram aos 5-1 e tiraram o pé do acelerador e isso facilitou a tarefa defensiva do Silvares que, no entanto já não tinha forças para grandes aventuras no ataque.
Ainda com menos hipóteses ficou a equipa fafense quando Moura viu o segundo cartão amarelo aos 61'. Aí goraram-se mesmo as esperanças de minimizar o resultado.
Seria mesmo a equipa do Amares a dispor de algumas situações para marcar mas não o conseguiu fazer.
Estes jogadores do GD Silvares em atitude e garra, têm lugar em qualquer equipa de Fafe. Quem assim joga e se entrega ao jogo merece ter sorte na carreira de futebolista. Raça, garra, dignidade, honra e glória enquanto estiveram com a camisola vestida. Mereciam ter outra sorte mas muitas vezes é na adversidade que a personalidade das pessoas se revela. Vivem no meio de uma guerra que não é deles, mas enfrentaram as balas e os canhões e não viraram a cara à luta. Foram bravos. O futuro a Deus pertence e tudo o que deram já merece ser premiado.
Jogo no Campo Professor Manuel José Dias, em Silvares, S. Martinho, Fafe.
Árbitro, Bruno Leite, Auxiliado por Jorge Ribeiro e Luciano Maia.
GD SILVARES: Nuno Preto; Ratão, Moura, Nuno Freitas, Gualter, Óscar, César, Stuca, Coelho (Nuno Carneiro, 64'), Jorginho (Jorge Carneiro, 65') e Landinho (Mike Cunha, 53'). Treinador, Pedro Costa/Mike Cunha.
FC AMARES. Paulinho; Mara, Sérgio, Orlando, Saviola, Ginho, Zé Miguel, Hélder (Cizo, 53'), Fujaco (Russo, 48'), Flávio (Nairo, 72') e Bié.
DISCIPLINA: Cartões Amarelos – Moura, 23’ e 61’; Ratão, 52’; Fujaco, 71’; Nuno Carneiro, 73’; Stuca, 83’; e Jorge Carneiro, 87’. Cartão Vermelho - Moura, 61’
GOLOS: Orlando 19’ e 47’; Flávio 24’ (g.p.); Óscar, 27’ (g.p.); Ginho, 37’ e Bié, 43’.
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