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sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

AC Fafe: Entrevista com o Professor José António Silva

Redacção/AC Fafe 

"Estamos melhor preparados que no início da competição"

O PASSADO

“Na época passada iniciámos um projecto que passava por construir uma equipa que permitisse em dois anos ascender à 1.ª Divisão de Andebol. Relembro que no início muitas pessoas viam como muito reduzidas as hipóteses de isso acontecer, havendo ainda outras que duvidam inclusivamente da possibilidade da equipa ser apurada para a fase final da competição. O que é certo, é que acreditando no trabalho que desenvolvemos e com o apoio de todos os que diariamente trabalham para a equipa, ultrapassamos as nossas expectativas conquistando não só a subida de divisão, mas também o título de Campeão Nacional.”

A PREPARAÇÃO DA PRESENTE ÉPOCA 

“Em devido tempo, mesmo antes de disputarmos a fase final, discuti com a Direcção o conjunto de prioridades que se devia estabelecer para projectar o futuro do Clube. Estas prioridades no meu entendimento, assumiam-se como medidas que deveriam ser adoptadas independentemente da classificação final da equipa. Só desta forma é possível criar um projecto credível e estruturado que não esteja sujeito às perturbações que inevitavelmente surgem no percurso.
Por questões de diversa ordem, e que na maior parte dos casos não podem ser imputadas ao Clube, não foi possível avançar tão rápido quanto pretendíamos, pelo que a preparação da presente época foi fortemente condicionada por alguns factores a saber:

- A aposta justa e necessária nos elementos que tinham constituído a equipa na época passada. De referir o enorme investimento que foi feita em jovens da formação e que ainda não tinham condições para competir a este nível, mas que constituem apostas fortes para o futuro do Clube.
- Constrangimentos de ordem financeira.
- A época tardia em que terminou a nossa competição (final de Junho) o que inviabilizou a procura de reforços com as características pretendidas, nomeadamente atletas com peso e altura, que permitissem equiparar nesses indicadores a nossa equipa com as dos adversários.

Tendo a noção de que entravámos numa competição para a qual não reuníamos todas as condições desejadas, abraçamos a tarefa com entusiasmo, sem lamentações e com muita ambição, sabendo que nos esperava uma época muito difícil, durante a qual eram previsíveis momentos e jogos muito complicados.”

A 1.ª FASE DO CAMPEONATO

“Durante a 1ª fase, a equipa sofreu muitas oscilações que provavelmente a impediram de encontrar a regularidade desejada, facto que teve consequências na sua prestação. A contribuir para este facto há desde logo que destacar a impossibilidade de contar com o capitão João Castilho, bem com as lesões prolongadas do Eduardo Sampaio e do Sérgio Ribeiro, para além de problemas pontuais que afectaram em bastantes jogos o Claúdio Mota, o César Gonçalves e o Armando Pinto, elementos que têm visto o seu contributo muito condicionado no treino e na competição. Os jogadores referidos tiveram uma importância extraordinária na prestação da equipa na época passada, pelo que a sua ausência se tem revelado muito penalizadora.
Outro elemento que tem dado o seu contributo de forma intermitente é o Diogo Brasão, jogador que já foi afectado por várias lesões desde início da época. 
Para a instabilidade vivida na equipa, muito contribuiu também o facto dela estar em permanente construção. Nesse âmbito, é necessário referir que, dois meses após o início dos trabalhos, perdemos o Paulo Silva e o Hugo Fernandes por motivos profissionais. Posteriormente para colmatar essas falhas e para tentar melhorar a equipa, entraram o Dario Andrade (Setembro), o Felisberto Landim (Novembro) e mais tarde o Vladica Andrejic (Janeiro). Todas estas alterações levam a que tenhamos que reiniciar o processo de construção da equipa de cada vez que chega um novo jogador e esperar que ele se adapte a uma nova realidade, facto que tem necessariamente repercussão no seu rendimento e no da equipa.

Apesar destas questões há aspectos muito positivos que importa realçar: 
- A evolução evidente de atletas provenientes da formação, cada vez mais chamados a funções de responsabilidade na equipa, bem como a promoção de outros que ainda pertencem aos escalões mais jovens, tendo em vista sua integração num modelo de jogo e treino mais exigente;
-A excelente qualidade de algumas exibições, facto que cria expectativas de melhoria da nossa prestação;
- A enorme coesão que todo grupo tem demonstrado. De facto, numa época como a que estamos a viver, em que fruto de diferença que existe para muitas das outras equipas, alguns resultados pesam bastante na motivação, é de referir que continuamos todos, jogadores, treinadores, dirigentes e equipa médica, a trabalhar para explorar ao máximo os recursos de que dispomos;
- O facto de entrarmos nesta fase com hipóteses de alcançarmos o nosso objectivo para esta época: a manutenção na 1ª divisão.

Como balanço geral, há que realçar alguns excelentes desempenhos da equipa, sem esquecer algumas situações em que desperdiçamos pontos por culpa própria e que nos poderiam ter colocado numa posição que permitia superar as expectativas iniciais. Apesar disso, a equipa está a corresponder ao que é o seu potencial, já que sabíamos que de todas as participantes no Campeonato seríamos provavelmente a que se apresentava com maiores dificuldades.”

O GRUPO B

“Como sabem começaremos no próximo sábado o Grupo B, disputando com três excelentes equipas, os dois lugares que darão a manutenção. Neste momento sentimos que estamos melhor preparados que no início da competição e esperamos que esse facto se traduza numa maior estabilidade competitiva e em melhores resultados. Sabemos que a tarefa é exigente e precisamos de unir esforços, por forma a alcançarmos o objectivo comum.
Se analisarmos os resultados que obtivemos com estes adversários, vemos que os jogos terminaram com diferenças de 1, 2 golos e com um empate, provas do equilíbrio existente. Sabemos também que por muito bem preparados que estejamos, há momentos do jogo em que um detalhe pode ser decisivo para a vitória ou derrota, pelo que necessitamos de concentração máxima na tarefa a desempenhar e evitar erros grosseiros.”

O FUTURO

“À imagem do que defendi na época passada, entendo que o futuro do Clube necessita de ser preparado desde já. Esta necessidade tem que ser independente dos resultados desportivos, bem como das pessoas que farão parte desse futuro. É imperioso que seja definido um caminho e que ele se percorra sem correr o risco de ser condicionado por aspectos pontuais. Pela minha parte tenho procurado dar o meu contributo, junto dos dirigentes, dos treinadores, de todos os jogadores e jogadoras, para que eles possam ser cada mais fortes e com isso tornar o Clube mais forte. O meu contributo é feito naturalmente em função daquilo que é o meu quadro de referências, não abdicando nunca de escutar todos os intervenientes, recolhendo as suas sugestões, já que todos trabalhamos para tornar o ACF um Clube melhor.”

O APELO 

“Por último gostaria de deixar um apelo: que todos os que gostam do ACF, de Andebol e da cidade, se desloquem ao nosso pavilhão para nos apoiar. Os jogos disputados em Fafe, podem ter um peso enorme para o desfecho da competição e seria muito importante um apoio forte à equipa. Nos jogos vamos certamente atravessar momentos menos bons e é nessas circunstâncias que o apoio de todos pode ser decisivo. A todas e todos os atletas do ACF, relembro que é uma obrigação vossa comparecer ao jogo e com o vosso entusiasmo ajudarem-nos.”

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