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sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

Futsal Vet. AMAF | Amigos de Quinchães com vitória para memória futura

Com o "V" em verde os heróis deste jogo e sem
equipamento o Staff também presente
com o técnico Filipe Durães em penúltimo de pé

Quem são os "V": Na fila de cima: Sílvio
Na fila de Baixo: Nelson, Ruizinho, Dani, Filipe e Nuno 
TEXTO E FOTO: JOÃO CARLOS LOPES 

Uma verdadeira história de superação 

Esta não é propriamente a crónica de um jogo de futsal que colocou frente a frente as equipas de veteranos da AFA Estorãos e dos Amigos de Quinchães. Esta é apenas a essência desse jogo e uma história de vontade, crer, união e superação. É uma história que merece ficar registada por toda a sua envolvência.

Os Amigos de Quinchães, treinados por Filipe Durães, partiram para este jogo, uma eliminatória a duas mãos, com uma desvantagem de 4-2, vinda da primeira mão, sem nenhum dos guarda-redes da equipa (ambos lesionados), apenas com seis jogadores devido a ausências por diversos motivos e com um jogador de campo na baliza. Este jogo tinha tudo para não dar certo para eles.

Apesar dos momentos iniciais de sinal mais para os Amigos, com várias hipóteses para alvejar a baliza contrária foi a equipa de Estorãos a marcar beneficiando de um ressalto de num jogador contrário. A sina parecia traçada. Mas Dani fez o empate e devolveu uma ténue esperança à equipa da qual é capitão. A equipa de Estorãos voltou a marcar beneficiando de mais um ressalto. Mas ainda na primeira parte Nelson voltou a empatar e manteve a chama da esperança acesa.

Já na segunda parte tudo parecia perdido quando o Estorãos voltou novamente para a frente. Parecia até impossível, mas o desporto é belo pelos imprevistos e pelas surpresas que por vezes proporciona.

A quatro minutos do final os Amigos de Quinchães perdiam por 3-2 e só um verdadeiro milagre poderia mudar os acontecimentos. Começaram a jogar com o "guarda-redes" (Filipe), avançado arriscando tudo, Dani empatou a três e completou o hat-trick ao fazer o 3-4. Ainda que fosse muito difícil a equipa começou a acreditar.

Na bancada estavam apenas seis pessoas a assistir a este jogo. Duas, Bertinho (guarda-redes) e Jorge Sousa faziam parte da equipa dos Amigos, mas por lesão estavam de fora. Havia mais uma senhora e um jovem que torciam pelo Quinchães e eu e outro rapaz que não cheguei a saber por quem torcia, pois nunca se manifestou veemente. Foi um verdadeiro privilégio assistir a este jogo. 

Como na maioria das vezes, quando o relógio do pavilhão se apaga, precisamente à meia noite, estive para ir para casa mas a desta vez fiquei e não dei o meu tempo por perdido. Foi talvez o jogo mais brilhante na sua essência que vi naquele pavilhão, não pela qualidade do futsal praticado, não pela sua envolvência tecno-táctica, mas sim pelo acreditar até ao fim, pela natureza dos acontecimentos, pela vontade de vencer e de se superar.
  
E tudo começou a fazer mais sentido quando os Amigos num livre lateral de Sílvio empataram a eliminatória com o 3-5 porque nunca desistiram de acreditar e corriam atrás da bola como se não houvesse amanhã. Em busca do sonho, da glória de uma quinta feira 12 de Dezembro, véspera de sexta 13, em que o diabo parecia que estava metido neles, e tinha passado por Fafe antes de ir para Montalegre.   

Tudo apontava para as grandes penalidades para decidir a eliminatória e eis que o mágico da equipa, Nelson, fez o 3-6 a 25 segundos do final. A alegria dos amigos contrastava com a incredulidade da equipa de Estorãos que teve a eliminatória ganha várias vezes e em quatro minutos apenas viu a equipa adversária transfigurar-se e apontar quatro golos sem resposta. Nem em sonhos isto era possível para muitos, mas foi a pura realidade.  

Os segundos finais foram cheios de adrenalina mas, depois de terem subido ao "Evereste" os Amigos não queriam que fosse outra equipa a colocar lá a bandeira e aguentaram com raça, união e alguma experiência fazendo o tempo e o adversário correr. 

Que jogo meu Deus! Que espectáculo, que loucura saudável aconteceu nesta partida de futsal no pavilhão Municipal de Fafe. Que hino ao desporto foi este, digno de ficar registado para memória futura e para dizer aos filhos: nunca deixeis de acreditar!

Obrigado a todos os intervenientes porque se uns foram vencedores, os outros foram dignos vencidos e tiveram fair play para aceitar o desfecho e felicitar o adversário. 

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