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quarta-feira, 30 de abril de 2025

16 Betetistas do Aro 27 foram a Santiago de Compostela pelo Caminho Francês

REDAÇÃO

Mais um ano, mais uma aventura

No presente ano o passeio anual de BTT do ARO 27 rumou ao norte de Espanha, para fazer parte do caminho francês de Santiago. Os dias escolhidos foram de 25 a 27 de abril.

Como não havia tempo para fazer a totalidade do “camino”, os bravos arrancaram em Astorga rumo a Santiago.  

As etapas dividiram-se da seguinte forma:

1ª etapa: Astorga – Las Herrerias – 94 km;

2ª etapa: Las Herrerias – Melide – 114 km;

3ª etapa: Melide – Santiago – 52 km.

260km brutais com trilhos para todos os gostos.

Este ano o passeio contou com 16 Betetistas, 9 dos quais rendidos à evolução dos tempos (bicicleta elétrica), mais 7 duros de roer.

Para tornar a aventura com mais dureza, a primeira etapa foi feita depois de uma “quase” “direta”.

Encontro marcado para a meia-noite de dia 24. Carregar o autocarro com toda a logística para os dias seguintes, mais as bicicletas enfiadas no reboque, que só com muita imaginação e ideias iluminadas foi possível caberem todas.


01:00h e estava tudo pronto para arrancar…falta o motorista, que estava marcado para as 02:00h Montou-se tudo mais rápido do que se imaginou, por isso ainda deu tempo para reforçar o estômago antes da partida.

02:00h em ponto e lá vamos nós para 4:15h de viagem. Depois de algum descanso e encontros imediatos com veados no sossego da noite, 06:15 e estamos em Astorga. Como estamos em terras de “nuestros hermanos”, mais uma hora em cima para acertar relógios.

O sol está a nascer e está um frio de rachar, mas a vontade em montar as bicicletas e preparar para arrancar era enorme…mas esbarramos no código que abria o cadeado que fechava o reboque. Ora tenta um, ora tenta outro e lá chega um que o consegue abrir. Ufa…

Preparamos tudo e lá vamos nós para a primeira etapa.

1.ª Etapa

Depois de alguns metros a pedalar para aquecer, primeira paragem para fotografia de grupo em frente à catedral de Astorga. Vamos lá que o dia é longo e promete “dilúvio” para a tarde.

Primeira descida ainda em estrada e está um frio que entranha pelo corpo dentro. Depois disso, caminhos paralelos à estrada, muito rolantes, com a atenção de nos desviar dos peregrinos a pé.

Primeira paragem aos 18km, junto ao autocarro de apoio…reforço com panados e pão, minis e coca cola e siga.

Começa a subir mais a sério e com trilhos mais técnicos, com muita pedra. Lá chegamos ao topo da montanha. Mais umas fotografias e agora apertem os cintos que esta descida é muito brava. Finda a descida, todos dizem entre si – Que brutal.

Passagem em Molinaseca, aldeia muito bonita, muito cuidada, mas vamos lá que o almoço está já ali em Ponferrada.

Chegados a Ponferrada, mais umas fotos junto ao castelo e logo a seguir pausa para o almoço, debaixo de uma ponte, local estratégico, pois diziam que iria chover, mas ela ainda não apareceu.

O repasto foi com a categoria do habitual. Entradas com presunto cortado por “profissional” e depois um bacalhauzinho do melhor. Alimentação que os elementos do ARO27 já estão habituados.

Acabado o almoço, paira no ar a chegada da chuva…levo impermeável, não levo, todos se interrogam. Cada um toma a sua opção e lá arrancamos. Está logo ali a uns metros um local para tomar café, ora toca a parar, ora toca a cair as primeiras pingas. Quem não se tinha preparado para a chuva, volta para trás, ainda a tempo de mudar de planos.

Tomado o café…arrancamos com umas pingas e passados 5 min para de chover. Abre um sol fantástico e um calor abafado. Vamos lá aproveitar que só faltam 40 km “planos”.

Com um ritmo forte, chegamos rapidamente ao albergue. Toca a fazer o check-in, colocar as bikes elétricas a carregar, um banhinho e pouco depois o jantar está servido.

Findo o jantar, há já quem mal segure os olhos. Toca a recolher que o dia seguinte promete muita dureza.

2.ª etapa

07:00h da manhã e está tudo pronto para o pequeno almoço. Reforçar o estômago que o dia vai ser duro. Está um gelo terrível, mas o caminho promete aquecer logo desde início, com inclinações duríssimas.

Lá arrancamos para mais uma etapa, mas o entusiamo logo esmorecesse com tanta subida. As elétricas lá sobem como podem, as tradicionais, toca a levar à mão. O caminho também se faz caminhando. Os peregrinos a pé mantinham a mesma velocidade que as bicicletas tradicionais. Como grupo que somos, as elétricas vão esperando de vez em vez para juntar o grupo.

Chegados ao topo, está um frio que não se pode. Vamos lá descer um bocadinho para ver se aquece. Primeira paragem do dia para comer mais qualquer coisa e vestir tudo que se pode.

Continuamos depois a subir mais um pouco e chegamos ao pronto mais alto. Fotografia junto ao peregrino “dos pensos” e vamos lá descer. Espera aí, que ainda não é desta que é a descer a sério e lá aparece mais uma parede. Reunidas as tropas, agora sim, vamos lá descer como deve ser. Foi uma descida espetacular. Muito rápida, com caminhos com boa visibilidade, era só deixar ir.

Chegados ao reforço, antecipamos o almoço que a barriga já pede mais. Mais um repasto do melhor, com bifanas quentinhas. As moelas já não couberam, mas não há problema, fica para a tarde que o dia é longo.

Arrancamos para uma tarde de sobe e desce, mas com subidas curtas. A tarde fez-se a bom ritmo, com paragem em Sarria para mais uma foto de grupo. O dia terminava em Melide e os quilómetros iam pesando no corpo.

Nova paragem para comer as moelas e depois, com a entreajuda de todos, lá chegamos ao final do dia ao albergue.

Toca a guardar as bikes, tomar um banhinho e bora lá arranjar um local para jantar.

Lá encontramos um restaurante do nosso agrado e toca a repor energias.

Vamos lá descansar que o dia foi duro…

3.ª Etapa

Hoje o dia é mais curto e é para disfrutar do caminho.

O dia começa cedo tal como nos dias anteriores, mas desta vez a dificuldade foi arranjar onde tomar o pequeno almoço. Lá se encontrou um cafezinho, quase tudo opta por um croissant e um café com leite e vamos lá qua só faltam 52 km.

O caminho de hoje é um sobe e desce constante, parecendo um carrossel. Hoje a dificuldade está no cuidado a ter com os peregrinos a pé. Eram mesmo muitos e se nas subidas é fácil ultrapassar, nas descidas os cuidados têm que ser muito grandes.

A manhã deu para fazer uma paragem para beber uma “caña” e pouco depois, já perto de Santiago, optamos por almoçar. Bela hora para parar, numa sombra muito boa, deu para “rapar” tudo o que levamos para comer. No final ainda deu para um brinde com vinho do porto. O nosso grupo é assim…

Lá arrancamos e Santiago estava apenas a 10 Km. Rapidamente lá chegamos e a entrada no recinto é feita em grande estilo com descida de escadas. Chegados ao recinto da Catedral, um misto de emoção e dever cumprido entranha-se em cada um de nós e há cumprimentos entre todos e um agradecimento geral.

Feitas as fotografias de grupo e individuais, cada um vai comprar uns “regalos” e vamos lá embora que a família espera por nós em Portugal.

Este ano foi assim…para o ano há mais.

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