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quinta-feira, 30 de abril de 2020

Entrevista | Artur Costa foi campeão no andebol, futebol e futsal

ENTREVISTA POR: JOÃO CARLOS LOPES | FOTOS: DR

“Devia ter nascido 15 anos mais tarde”

Artur Costa é aquele tipo de atleta que cativa à primeira vista pela sua qualidade rara de desportista e de pessoa, sendo igualmente inteligente, competitivo e letal dentro do jogo. Foram essas características que o levaram a ser campeão distrital de andebol nos escalões de infantis e juniores pela AD Fafe, campeão distrital de futebol pelo OFC Antime e campeão distrital de futebol de salão e futsal, bem como duas Taças AF Braga pelo GCR Nun’Álvares, equipa onde jogou cinco temporadas nos campeonatos nacionais. Depois de sair do GNA só conheceu um clube, o Arco Santo Ovídio que representou como sénior e continua como veterano sempre a ganhar títulos concelhios nas ligas da AMAF e onde se destaca novamente pela sua qualidade que se mantém intacta apesar dos seus já 45 anos. Também a nível individual foi conquistando títulos de melhor marcador e jogador, principalmente no futsal. Artur é um jogador excecional, que tal como nos revela só devia ter nascido 15 anos mais tarde, porque só muito recentemente é que o futsal por estas bandas começou a ter os meios suficientes, com formação e competição. Ainda assim, e apesar de algumas lesões enquanto na idade da formação, sente-se orgulhoso do percurso trilhado e grato a todos os que lho permitiram trilhar. Discrição e humildade são outras das grandes características deste jogador que é um verdadeiro Senhor Desportista em todos os sentidos e é por isso que diz que ter feito muitos amigos talvez tenha sido a sua maior conquista na passagem pelo desporto. 

NOME: Artur José Martins da Costa
IDADE: 45 anos
PROFISSÃO: Contabilista Certificado
NATURALIDADE: Fafe (Portugal)
POSIÇÃO: Universal (Futsal)
CLUBES: AD Fafe (futebol e andebol de formação), OFC Antime (futebol), GRC Nun'Álvares e ARCO Santo Ovídio (Futsal).

Onde e com que idade começou a praticar desporto e o quê?

- No desporto federado, penso que foi por volta dos 10 anos e comecei pelo andebol nos infantis da AD Fafe onde consegui ser campeão distrital e me mantive até ao segundo ano do escalão de iniciados, até que transitei para o futebol de 11 também na AD Fafe, pois a paixão pelo futebol já era maior.

Que Clubes representou na sua formação? 

- A minha formação foi um pouco atípica, pois quando ingressei no futebol de 11 na AD Fafe, tive duas lesões graves (2 vezes a perna direita partida) que me afastaram dos campos praticamente duas épocas desportivas e após “aconselhamento” familiar decidi fazer uma pausa no futebol para me dedicar mais aos estudos. Mais tarde, já com idade júnior, ainda regressei ao andebol da AD Fafe onde voltei a ser campeão distrital e depois deu-se a entrada no ensino superior.

E como sénior? 

- Como sénior, quando terminei o meu percurso académico, representei o OFC Antime em futebol de 11, onde ajudei o clube a sagrar-se campeão distrital da 1.ª divisão no ano de 1997/1998. Guardo boas recordações dessa minha passagem pelo Antime, pois já era um clube com um nível de organização altíssimo e que tinha uma boa estrutura diretiva e um grupo de jogadores excelentes.

A seguir veio o futsal?

Seguiram-se 13 anos (1998/2011) no GRC Nun´Alvares da qual fui um dos “jogadores fundadores” da primeira equipa sénior de futsal e orgulhosamente capitão dessa mesma equipa largos anos e aí fui mesmo muito feliz, pois para além de resultados desportivos bastante satisfatórios, ganhei amigos que guardo para o resto da vida. Os primeiros dois anos ainda foram de futebol de salão e só depois se deu a transição para o futsal. Apesar da mini estrutura de 3 ou 4 pessoas que nos acompanhavam sempre, em que o pilar era o Sr. Nelo Barros e onde os recursos eram quase inexistentes ainda conseguimos obter, na minha opinião, resultados muito positivos, tais como ser campeões distritais, andar nos campeonatos nacionais durante 5 épocas e termos ganho 2 taças A. F. Braga.
Éramos uma equipa difícil de bater em nossa casa e normalmente lutávamos sempre pelos lugares cimeiros, estando consecutivamente na discussão das fases finais para apuramento de campeão. Já no último ano em jeito de despedida ainda vencemos o campeonato concelhio de futsal.

Não pensou deixar o futsal nessa altura? 
- Pensei nessa altura que esse fim de ciclo no Nun´Álvares coincidisse com o meu “pendurar das botas”, mas um convite para ingressar no Santo Ovídio (2011/2020) levou a que continuasse até hoje com este grupo de amigos fantástico a fazer aquilo que eu tanto gosto, que é jogar futsal e ganhar títulos: Nos seniores conquistamos 3 campeonatos, 4 taças e 4 supertaças e agora nos veteranos mais 2 campeonatos, 1 taça e 2 supertaças e este ano, até a esta epidemia, estávamos bem encaminhados para voltar a vencer, pois eramos lideres isolados do campeonato e já tínhamos a presença garantida na final da taça.

A sua vocação foi sempre para atacar, defender ou considera-se um jogador polivalente?

- Considero-me um jogador polivalente, pois acho que é tão importante saber atacar como saber defender. Então no futsal isso é mesmo fundamental.

Sabe quantos golos marcou durante a sua carreira?

- Sei que foram bastantes, pois sempre marquei muitos golos, mas não faço ideia de quantos, pois só tenho registos dos últimos anos.

Quais as maiores alegrias da sua carreira?

- Foram todos os títulos conquistados e os laços de amizade que fui criando.

E a pior ou piores recordações?

- Tirando algumas lesões, que na minha opinião são as situações que qualquer desportista quer evitar, foi quando o Sr. Nelo Barros nos comunicou o fim da equipa sénior de futsal do GNA, esse para mim foi um dia mesmo triste.

Quem foram os treinadores que mais o marcaram e porquê?

- No andebol destaco o Prof. Mário Santos que me treinou nos juniores, uma pessoa muito à frente para a época, com métodos de trabalho inovadores e que conseguiu criar um espírito de grupo espectacular.

No futsal foram o Mister Nelo Barros (Nun´Alvares) e o Mister Pandilha (Santo Ovídio) porque são dois seres humanos incríveis, que eram capazes de tudo e mais alguma coisa para ver os seus atletas felizes.

No desporto nem só os treinadores contribuem para que hajam bons jogadores. Conheceu alguém que não fosse treinador que o tivesse marcado para a vida?

- Felizmente neste meu percurso desportivo, conheci muita gente boa, que deixaram a sua marca cada um da sua forma (diretores, treinadores, fisioterapeutas, companheiros de equipa, árbitros e até mesmo adversários). Seria injusto da minha parte destacar algumas pessoas, porque iria certamente deixar de falar noutras tantas que também foram importantes.

O seu espírito ganhador têm-no o levado a muitas conquistas. Sabe quantas competições e torneios já venceu?

- Em competições mais ou menos oficiais (sem torneios de verão) devem rondar as 20/25. 

Quantos troféus individuais alcançou?

- Felizmente também fui ganhando algumas vezes distinções individuais (melhor jogador/melhor marcador), mas esse tipo de troféus nem sempre existiu nas competições onde participei, pois é mais frequente existir em torneios.

Gostava de ter feito uma carreira diferente no futsal? Porque não sucedeu?

- De certa forma sim, mas há uns anos atrás não era fácil, pois o futsal não tinha tanta visibilidade. Modéstia à parte penso que atualmente teria mais condições para isso. Hoje no futsal há muitas mais oportunidades, há boas condições de trabalho, é muito mais divulgado, existem pessoas já muito mais preparadas para treinar, miúdos que começam a jogar futsal aos 5/6 anos. Houve uma evolução tremenda a todos os níveis no futsal.

Vemos por exemplo aqui na cidade de Fafe que atualmente existem duas belíssimas equipas, que têm tido desempenhos fantásticos na 2.ª divisão nacional, onde os pavilhões estão sempre cheios ou pelo menos bem compostos. Há no futsal atual, um investimento incomparável ao que existia há uns anos atrás. Nesse aspeto não tive muita sorte, pois devia ter nascido 15 anos mais tarde.
De qualquer forma sinto-me orgulhoso pelo meu percurso.

A que se deve a sua longevidade no futsal sempre com um nível tão elevado mesmo agora nos veteranos?

- Talvez à paixão que tenho pelo futsal que é inexplicável e nunca ter descurado a parte física, pois complemento o futsal com ginásio e umas corridas.  
Também o facto de não ter tido grandes lesões nestes anos de futsal ajuda.

Tem feito muitos amigos no desporto? Alguma história que o tenha marcado?

- Mesmo muitos, talvez isso tenha sido essa a maior conquista desta minha passagem no desporto. Quanto às histórias como deve imaginar foram muitas.

Já pensou com que idade vai deixar de praticar futsal?

- Já ando a pensar nisso há uns bons anos, só que ainda não fiquei totalmente convencido. Agora mais a sério, sei que já faltou mais para isso acontecer, mas de há uns anos a esta parte vai sendo ano a ano, tentando disfrutar o máximo, cada vez com maior sacrifício, onde algum sofrimento já se vai misturando com o prazer de jogar.

Como se define como jogador e como pessoa? 

- Como jogador penso que sempre fui um jogador correto mas muito competitivo, que tem sempre objectivos bem definidos para cada época e para cada jogo, que ainda hoje tento ser sempre melhor que ontem, embora saiba que isso de cada vez é mais difícil se não mesmo impossível.
Pessoalmente acho que sou uma pessoa tranquila, bem humorada, amigo do amigo, resumidamente sou uma pessoa que está de bem com a vida. 

Alguma história ou mensagem que queira contar ou deixar?

- Deixo uma mensagem especialmente para os mais novos, que aproveitem bem todas as oportunidades que a vida vos dá, pois como já vimos, isto pode mudar tudo de um dia para o outro e já não sabemos como será o dia de amanhã e se voltaremos a ter as mesmas oportunidades. Procurem ser felizes!!!
Por fim, quero agradecer há minha família toda a paciência que foi tendo para lidar com esta minha paixão e lhes ter roubado algum tempo que certamente seria deles por direito.

Tempo de recordar | Equipa de juniores do GD Fareja da época 2014/15

Tempo de recordar | Equipa da formação do Arões SC


quarta-feira, 29 de abril de 2020

Secção de Futsal do Arões SC faz um agradecimento geral


REDAÇÃO | CLÁUDIO VON DOELLINGER 


"Uma época que tinha tudo para ser de êxito"

Após comunicado da AMAF vimos anunciar o encerramento da época desportiva 2019/2020 do Arões futsal masculino, infelizmente acaba uma época que tinha tudo para ser de êxito!

Quero agradecer não só a todos os intervenientes, equipa técnica, atletas e delegados, mas também aos patrocinadores e a todos os que nos apoiaram ao longo deste percurso, pois sem eles tudo era mais difícil. Muito obrigado a todos!!


Tempo de recordar | Plantel da AD Fafe da época 2014/15

Tempo de recordar | Equipa da SR Cepanense da época 2014/15

Tempo de recordar | Plantel dos juvenis do Arões SC da época 2015/15

terça-feira, 28 de abril de 2020

Futsal | Pivot fafense João Miguel reforça CR Candoso da Liga SportZone

TEXTO: JOÃO CARLOS LOPES | FOTO: DR 

Novamente entre os melhores 


O sonho de regressar à elite do futsal nacional acabou por chegar para o fafense João Miguel que assim se transfere do Rio Ave FC da 2.ª Divisão para o CR Candoso da Liga SportZone, apesar do interesse dos vilacondenses na sua continuidade. 

O jogador regressa à liga principal do futsal português, já com uma passagem por Itália e outra breve na liga LigaSportzone pelo SC Braga onde não lhe foi dada a possibilidade de mostrar o seu valor tendo actuado apenas por breves instantes. 

No Futal representou a AD Fafe em 43 jogos onde fez 91 golos; nos italianos do Bovalino Ca5, em 9 jogos apontou 20 golos e no Rio Ave em 19 jogos fez 21 golos. No SC Braga actuou apenas em dois jogos pelo que não teve oportunidade de marcar nos muito breves minutos que esteve em campo.

Tempo de recordar | Faz hoje sete anos que o GCD Regadas foi campeão da 2.ª Divisão AF Braga


Tempo de recordar | Equipa do GCD Armil que venceu a Liga de Futsal da agora AMAF


Tempo e recordar | Mais um onze do ADCR Santa Cristina


Tempo de recordar | Um misto de experiência e juventude do GD Travassós


domingo, 26 de abril de 2020

Pró-Nacional AF Braga | Zézé mantém-se como treinador do Arões SC

TEXTO E FOTO: JOÃO CARLOS LOPES 

Surpreendeu na época de estreia 

Zezé vai continuar no comando técnico do Arões SC, onde terminou a presente temporada no 6.º lugar e não fosse a interrupção obrigatória, por causa do Covid 19, com possibilidade de chegar ainda ao pódio e estava também nos quartos de final da Taça AF Braga. Foi uma época à sua imagem em que dava tudo em campo e queria sempre mais e melhor. 

Zezé chegou a Arões na época de 2014/15, como avançado, e assim permaneceu até à temporada de 2017/18, altura em que deixou de jogar, já com 37 anos. 

Como jogador tem duas subidas pelo clube ao Campeonato de Portugal. Em 2018/19 manteve-se em Arões como treinador adjunto de Rui Novais até ao final de Janeiro de de 2020, altura em que o treinador invocou motivos pessoais para deixar o Arões. 

Natural de Felgueiras, fez a sua formação no Vitória de Guimarães, Ribeira de Pena, Juventude de Évora e Vizela. Já como sénior actuou no FC Vizela, FC Lixa, FC Felgueiras, Ermesinde, CCD Santa Eulália e Arões SC, tendo cumprido ao todo 20 temporadas como sénior. 

Ao contrário da época passada que devido à transição de elenco directivo a época foi preparada, pelo menos em termos de manutenção e aquisições de atletas um pouco tarde, desta vez o Arões SC começou cedo a arrumar a casa.

Tempo de recordar | Equipa da ACD Pica da época 2015/16

Tempo de recordar | Equipa do Arões SC da época 2015/16


Tempo de recordar | Equipa do GD Travassós da época 2014/15


sábado, 25 de abril de 2020

Entrevista | João Miguel (Rio Ave FC) foi criado no futebol para brilhar no futsal

TEXTO: JOÃO CARLOS LOPES | FOTOS: DR

"Continuo a sonhar com a elite do futsal"

Desde muito cedo que João Miguel demonstrou que tinha um sentido de baliza fora do comum e também desde essa altura que já revelava no futebol as características que vieram a fazer dele um grande jogador e goleador de futsal. Jogar de costas para a baliza fizeram dele um jogador imprevisível, pois as suas recepções orientadas não permitem na maioria das vezes aos adversários saber para que lado se vai virar para rematar ou assistir um companheiro. Foi muito feliz enquanto jogou na formação de futebol da AD Fafe onde foi sempre o melhor marcador de todas as equipas. Já a experiência de sénior no futebol desiludiu-o, mas o melhor ainda estava para vir pois voltou a sentir a alegria quando fez a transição para o futsal onde em 64 jogos já marcou 132 golos. Actualmente representa o Rio Ave FC na 2.ª Divisão Nacional, onde alinhou em 19 jogos e fez 21 golos. A ambição de sempre ninguém lha tira porque aos 28 anos ainda sente que tem muito para dar ao futsal, onde chegou apenas há quatro temporadas e sonha com a elite da modalidade. João é um trabalhador incansável, um adversário irrequieto e imprevisível muito difícil de marcar, com um sentido de baliza e oportunidade como poucos têm. Chegou tarde ao futsal, mas a sua qualidade ainda vai dar muito que falar e os seus golos ainda vão alegrar muita gente. 


NOME: João Miguel Barros Soares

IDADE: 28 (02-04-1992)

PROFISSÃO: Assistente Operacional (CM Fafe)

NATURALIDADE: Fafe (Portugal) 

POSIÇÃO: Pivot 

CLUBES: Futebol: AD Fafe (formação); AD Fafe, FC Amarante, SC Maria da Fonte, CDR Moimenta da Beira. Futsal: AD Fafe, Bovalino Calcio A5 (Itália), SC Braga e Rio Ave FC. 


Onde e com que idade começou a jogar futebol? 

- Iniciei a minha formação aos 12 anos nas camadas jovens da AD Fafe, único clube que conheci antes de chegar a sénior e o qual representei em todos os escalões incluindo o de seniores. 

Teve sempre vocação para jogar no ataque ou ocupou outras posições? 

- Não sei bem porquê mas que me lembre sempre joguei para tentar marcar golos e por isso fui sempre um jogador de ataque, ainda que no decorrer do jogo e mediante as necessidades táticas em determinados lances esteja sempre disponível para ajudar os meu companheiros e isso é mais evidente no futsal em que tudo se decide em fracção de segundos. 

Praticou ou gostava de praticar mais algum desporto além do futebol e futsal? 

- Além do futebol e do futsal pratiquei natação durante dez anos a nível federado. 

Que Clubes representou até ao momento? 

- Formação: AD Fafe: Seniores futebol: AD Fafe, Amarante FC, SC Maria da Fonte, CDR Moimenta da Beira. Seniores Futsal: AD Fafe, Bovalino Calcio A5, SC Braga e Rio Ave FC. 

Sabe quantos golos marcou durante a sua formação? 

- Não tinha por hábito apontar os golos na formação mas sei que fui sempre o melhor marcador desde infantil até júnior e fizemos sempre grandes camapnhas. 

E como sénior no futebol e no futsal? 
- No futebol marquei 20 e no futsal já vou em 132. Na AD Fafe em 43 jogos fiz 91 golos; No Bovalino Ca5, em 9 jogos 20 golos e no Rio Ave em 19 jogos 21 golos. No SC Braga só entrei por breves instantes em dois jogos pelo que não tive oportunidade de marcar. 

Quais as maiores alegrias da sua carreira?

- Sem dúvida a subida dos distritais da AD Fafe à 2.ª Divisão Nacional de Futsal e a vitória da Taça AF Braga, nessa mesma época. 

E a pior ou piores recordações?

- Não posso dizer que tenha porque encaro sempre a adversidade como desafio para superar e como forma de aprender e corrigir qualquer coisa.

O que sucedeu para, a determinada altura, trocar o futebol pelo futsal?

- Foi uma total desilusão com o futebol sénior e comigo mesmo. Depois de tantos anos de alegrias vividas na formação da AD Fafe com imensas vitórias e alegrias, quando atingi os seniores, por razões diversas, perdi o encanto da relva.

- Ainda pensa algum dia voltar a jogar futebol? 

- Muito sinceramente não, os meus relvados agora são de madeira. 

Quem foram os treinadores que mais o marcaram e porquê? 

- Todos os que me põem a jogar (risos). Agora a sério, Miguel Paredes no futebol e João Nuno Sousa no futsal, dois técnicos que souberam sempre explorar ao máximo o melhor de todas as minhas capacidades com os resultados que são sobejamente conhecidos por todos. Mas não fizeram isso só comigo porque além de excelentes treinadores, sempre souberam como e onde tirar proveito das qualidades dos seus jogadores, tanto na parte física como na psicológica. 

Como tem corrido a carreira no futsal? 

- De maneira ascendente, o que me torna orgulhoso e me dá vontade de trabalhar muito mais a cada dia que passa, para que possa corresponder sempre às expectativas daqueles que acreditam em mim e me proporcionam as oportunidades de jogar e ainda daqueles que seguem o meu percurso desportivo. 

O que aconteceu para não ter tido oportunidades no SC Braga? 

- Transição a meio do ano, grupo novo, realidade nova, tudo muito diferente, acho que precisava de mais tempo. Considero que o principal culpado dos meus fracassos sou sempre eu, mas num ano de tantos castigos e lesões culpo também quem nunca teve um pingo de respeito por mim, a todos os níveis. 

Como estava a correr a primeira época no Rio Ave? 

De forma excelente, a todos os níveis, tínhamos um grupo difícil onde soubemos dar a volta dentro do balneário e isso refletiu-se posteriormente na quadra. De realçar a atitude de toda a gente que sempre me acolheu de forma espetacular, começando no Presidente e acabando no técnico de equipamentos, adoro-vos. 

Tem feito muitos amigos no desporto? 

- Sim, no futebol fiz bastantes e no futsal também, e neste, por ser um balneário com menos pessoas a interação e amizade torna-se de certa forma mais familiar. 

Alguma história que o tenha marcado? 

Algumas. Mas, há uma que se passou comigo. Logo no meu jogo de estreia no futsal pela AD Fafe, eu fico 1x1 com o guarda-redes adversário e podia ter feito logo ali o primeiro golo quando o resultado ainda estava em 0-0. No entanto, tentei fazer um cabrito ao guara-redes e a bola foi ao poste, o João Nuno Sousa, que era o treinador, só não entrou dentro do campo porque parecia mal e não podia, ele até se espumava (risos). Tirou-me, sentou-me na cadeira e perguntou se eu estava a brincar com ele ahahah! Mas sem dúvida que os melhores momentos foram vividos no balneário do Fafe (futsal), tanto no primeiro ano como no segundo, tenho saudades de todas, um grande abraço para todos.

Onde ainda o leva o seu pensamento no futsal?

- Continuo a sonhar com a elite do futsal, para jogar e aprender com os melhores. Somos livres de sonhar, talvez um dia concretize alguns desses sonhos.

Como se define como jogador e como pessoa? 

- Como jogador sou forte, lutador, trabalhador incansável e goleador, sempre com o sentido do colectivo, e por isso também faço muitas assistências. Como pessoa sou divertido, amigo e de personalidade forte. 

Alguma história ou mensagem que queira contar ou deixar?

- Apenas deixo uma mensagem de agradecimento a todos aqueles que estes anos foram privando comigo e me ajudaram a crescer tanto taticamente como emocionalmente, porque no final levamos sempre um bocadinho de cada um connosco e deixamos sempre um bocado de nós.

Tempo de recordar | Plantel do GCR Nun'Álvares da época 2015/16


Tempo de recordar | Plantel do Arões SC da época 2005/06


sexta-feira, 24 de abril de 2020

Futsal júnior | Rafinha (ex-Piratas de Creixomil) assinou pelo Desportivo Jorge Antunes

TEXTO: JOÃO CARLOS LOPES | FOTO: DR

Oportunidade de jogar no campeonato nacional 

O jovem ala/pivot fafense Diogo Rafael, conhecido por Rafinha, acaba de se transferir da equipa dos Piratas de Creixomil para a formação vizelense do Desportivo Jorge Antunes, que disputa o Campeonato Nacional de Sub 19 em Futsal. 

Ainda com o segundo ano de júnior para cumprir o jogador destaca-se dos demais pela sua rapidez dentro da quadra e pela grande qualidade do seu remate cujo pé preferencial é o esquerdo.

Na sua formação que agora prossegue no Desportivo Jorge Antunes, passou pela AF Fafe/Sol Poente, AD Fafe e Piratas de Creixomil, sempre com grande desempenhos e muita garra e determinação.

Ao Montelongo Desportivo o jogador referiu que a mudança se dá porque tem a oportunidade de jogar num campeonato nacional antes de atingir o escalão sénior. "Vou para um campeonato nacional que é uma experiência nova, pois nunca estive num campeonato desses, tendo um bocadinho de experiência quando fui com os Piratas às Taça Nacional. Sei que vai ser diferente e vou lutar por isso". 

Na hora de mudar de ares, Rafinha não esquece quem o ajudou. "Quero agradecer aos Piratas de Creixomil por tudo que fizeram por mim. Agradecer também aos meus companheiros de equipa, ao treinador e ao resto da equipa técnica, a todos o meu muito obrigado porque jamais os esquecerei".

Tempo de recordar | Uma das grandes equipas do GD Os Amigos de Quinchães

Tempo de recordar | Juniores campeões distritais da AD Fafe em dia de final

Tempo de recordar | Equipa de juvenis do AC Fafe (2017)

quarta-feira, 22 de abril de 2020

Futsal 1.ª Div. Nac. | Nun'Álvares mantém Rui Cunha no comando da equipa feminina


REDAÇÃO

Dar continuidade ao bom trabalho 

O treinador fafense Rui Pedro Cunha renovou o seu vínculo com o GCR Nun'Álvares por mais um temporada no comando da equipa de futsal feminino que milita na 1.ª Divisão Nacional. 

"A coordenação do futsal do GCR Nun'Álvares informa que chegou acordo para a renovação com Mister Rui Cunha.

Após um interregno de uma época, Rui Cunha voltou na época passada ao comando das Seniores Femininas, levando as mesmas a mais uma manutenção no escalão máximo do futsal feminino após apuramento para a fase de apuramento de campeão. 

Desejamos a maior das felicidades e conquistas. dando continuidade do valor que a equipa apresenta no panorama nacional".

Entrevista | Filipe Katurra o diamante por lapidar do Arões SC

TEXTO E FOTOS: JOÃO CARLOS LOPES 


Um júnior que já encanta e marca nos seniores 


Katurra Júnior não nasceu num berço de ouro, mas veio ao mundo equipado com uma mentalidade e capacidade só ao alcance dos melhores, ainda que não tenha tido a oportunidade que bem merece no futebol, apesar dos seus 17 anos de idade. Desde muito cedo que utiliza a sua qualidade futebolística para cativar e empolgar as assistências, com a sua agilidade felina que lhe confere um ar de matador e que o levaram a disparar centenas de golos desde que iniciou a sua formação, sendo certo que tem ainda pela frente um ano de júnior e já faz parte da equipa sénior do Arões SC, para a qual foi recrutado no decorrer da temporada que foi interrompida de forma abrupta e onde não se intimidou e assinou três golos em seis jogos, um deles no épico jogo de estreia para a Taça AF Braga contra o Urgeses. Trata-se de um jogador que tem praticamente tudo para singrar no futebol, incluindo a humildade que faz dele um jogador amado e acarinhado. Só falta agora que os olheiros façam o trabalho de pesquisa como deve ser para ver que têm aqui no jovem Filipe Katurra um diamante por lapidar mas que já brilha e ofusca há muito tempo, porque não joga só futebol, ele estuda o futebol e os adversários e faz o trabalho de casa antes de entrar em campo. Um jogador que nasceu para grandes palcos do futebol, mas que agradece, humildemente, todas as oportunidades que lhe foram dadas até agora por todos os que se cruzaram no seu caminho. 


NOME: Luís Filipe Peixoto Oliveira

IDADE: 17 anos

PROFISSÃO: Estudante 

NATURALIDADE: Golães, Fafe.

POSIÇÃO: Avançado

CLUBES: Formação: G.D.C.R. Golães (futebol e futsal) e Arões SC (futebol). Seniores: Arões SC. 


Onde e com que idade começou a jogar futebol?

- Comecei a jogar no GDCR Golães com cerca de 4/5 anos tendo praticado futebol e futsal neste clube que é o da minha freguesia de residência e de onde sou natural. 

Como ganhou a alcunha de Katurra?

- Derivado ao meu pai que é conhecido como Katurra e que também representou o GDCR Golães. Como é um nome fora do vulgar, eu gostei e adoptei-o como Katurra Jr (júnior), sendo também uma forma de homenagear o meu pai que segundo me dizem também tinha boas aptidões para o futebol.

Teve sempre vocação para jogar no ataque ou ocupou outras posições?

- Desde sempre joguei no ataque porque tenho fome de golos e gosto de sentir a adrenalina de os marcar e de festejar com os meus colegas de equipa.

Praticou ou gostava de praticar mais algum desporto além do futebol?

- Já joguei também andebol, ténis de mesa e pratiquei ginástica acrobática, mas tudo isto apenas a nível de desporto escolar.

Que Clubes representou na sua formação? 

O GDCR Golães onde joguei futebol e futsal e o Arões SC.

Foi convidado para jogar noutros clubes além dos que representou?

- Ainda como atleta do Golães houve interesse do Benfica, do Sporting e do Vitória de Guimarães. Depois, já no Arões, surgiu o interesse do Paços de Ferreira, Rio Ave, e Sporting de Braga, mas só a AD Fafe e o CC Taipas é que entraram em contacto comigo. 

Sabe quantos golos marcou durante a sua formação?

- Ao certo não sei, mas ao serviço do Golães foram cerca de 250 e no Arões cerca de 125 golos.

Quais as maiores alegrias da sua carreira na formação?

- A maior alegria foi ganhar o campeonato no escalão de iniciados pelo Arões SC, com 11 pontos de vantagem sobre o 2.º classificado. A outra foi garantir a manutenção no último jogo onde só a vitória interessava e onde mais uma vez os nossos adeptos demonstraram que estão sempre presentes nos bons e maus momentos das equipas dos diversos escalões do Arões. Recordo-me que foi num jogo fora e tivemos mais adeptos do que a equipa da casa e nós, jogadores, respondemos da melhor forma com uma vitória sem espinhas como se costuma dizer. 

E a pior ou piores recordações?

- Foi a perda de um colega de equipa no meu primeiro ano no Arões Sport Clube. É sempre muito doloroso ver partir alguém quanto mais da nossa idade. Que Deus tenha em paz este meu amigo que levou para junto Dele. 

Qual foi a sensação de ser titular pela primeira vez na equipa principal do Arões SC?

- Foi magnífico, inexplicável, pois cerca de um mês antes eu era mais um adepto na bancada a vibrar com os jogos e depois sentir na pele aquele apoio não há palavras para descrever esse momento.

- O que sentiu quando marcou o primeiro golo como sénior?

- Os meus colegas da equipa sénior sempre me fizeram sentir à vontade e motivavam-me constantemente pelo que eu só tinha que demonstrar o porquê da minha subida para a equipa principal. Quando entrei em campo não sentia nenhuma pressão e só pensei em ajudar a equipa. Na primeira ocasião de remate que tive fiz o meu primeiro golo. Ainda hoje não tenho palavras para descrever esse momento, foi contra o Urgeses, onde fiz o 4-3. Um momento que fica para toda a vida. 

Quantos golos marcou pelos seniores do Arões SC?

- Apontei 3 golos em 6 jogos e não fosse esta paragem abrupta da temporada e talvez conseguisse marcar mais algum, no entanto quando entro em campo sempre com o sentido do colectivo pois ninguém joga sozinho e só a satisfação geral nos dá força para continuarmos e darmos o nosso melhor dentro de campo.

Quem foram os treinadores que mais o marcaram e porquê?

- O treinador que mais me marcou foi o Alexandre Alves, porque eu ainda era muito novo e ele já falava comigo como se eu já tivesse muitos anos de futebol, explicava-me o que queria que eu fizesse e o que isso contribuía para a equipa. Ainda hoje lhe agradeço porque ele passava tardes a treinar-me e a explicar-me o porquê de ser assim. 

No futebol nem só os treinadores contribuem para que hajam bons jogadores. Conheceu alguém que não fosse treinador que o tivesse ajudado?

- Tive vários primos que sempre me motivavam para que eu fizesse sempre mais e melhor cada exercício e mostrasse empenho nos treinos e nos jogos. 

Com que jogador de futebol mais se identifica?

- Com o João Félix. 

Como passa o seu tempo livre?

- A maior parte do tempo passo-o com os meus amigos a fazer várias coisas. Também vejo muitos vídeos de futebol e depois tento por em prática o que aprendo. Além disso, ouço música para me concentrar. 

Tem feito muitos amigos no futebol?

- Sim bastantes mesmo. Um exemplo disso é que não gostava de um rapaz porque achava-o arrogante e agora é dos meus melhores amigos.

Sendo ainda muito novo qual é a sua ambição no futebol?

- Eu sempre disse que queria fazer do futebol a minha vida e ando a trabalhar para isso.

Como se define como jogador e como pessoa? 

- Empenho-me ao máximo para deixar tudo de mim em todas as actividades que me comprometo. Não gosto de brigas, cativo muito as pessoas para não desistirem dos seus sonhos porque tudo é possível se houver vontade.

Tempo de recordar | Juniores da AD Fafe campeões distritais em 1995/96