Dois Senhores ciclistas de 83 e 71 anos que utilizam bicicletas normais

TEXTO E FOTO: JOÃO CARLOS LOPES 

Um exemplo que os os "megawatts" deviam seguir   

Numa era em que já se vê jovens de tenra idade a usar bicicletas elétricas estes dois jovens, no verdadeiro sentido da palavra, Jorge Ribeiro, de 83 anos e José Gonçalo, de 71, ainda utilizam bicicletas normais de estrada sem qualquer sofisticação. 

Juntos somam século e meio de vida e ainda têm vontade de andar pelas próprias pernas, não aderindo à moda da bicicleta elétrica, como alguns gabarolas que ainda vêm para as redes sociais a dizer que fizeram isto ou aquilo, esquecendo-se que têm pedala assistida. 

Sei que estas palavras são motivo para barulho e que vão aparecer virgens ofendidas, mas não podia deixar de o dizer. Alguns deles, por terem dado balbúrdios pelo "cavalo de pau", até vão todos emproados, não cumprimentado os outros ciclistas. Contudo e, há que dizê-lo, não há regra sem exceção, pois o verdadeiro ciclista cumprimenta-se, nem que seja a levantar a mão ligeiramente do volante, ou a acenar com a cabeça e, felizmente, ainda há muitos assim. Os outros são simplesmente consumidores de bateria, alguns deles nem sabem o que é sofrer em cima de uma bicicleta. 

Voltando aos jovens ciclistas, Jorge e José, além de serem verdadeiros ciclistas, são também sinónimo de simpatia, criando luz à sua volta, enternecendo quem passa por eles e que pensa que também gostava de ser assim, "morrer velho o mais jovem possível". Estes são dois verdadeiros exemplos, mas pista de cicloturismo entre Fafe e Guimarães e vice versa, tem outros heróis desconhecidos, a fazer ciclismo ou a correr. 

Um brinde a estes dois senhores e à sua ousadia de desafiarem as leis modernas, mantendo-se fiéis a velhos princípios, porque no desporto não vale tudo para ultrapassar dificuldades, pois são esses obstáculos que tornam as pessoas mais fortes e mais preparadas para a vida  na sua plenitude. Quem troca o esforço pelo fácil e ainda tem saúde, desistiu e ainda vai desistir de muitas outras coisas na vida. E não digam que é moda, porque essa nunca ficou bem a toda a gente.