“A Pica tem honra, respeito e dignidade”
A ACD Pica festejou os 35 anos de vida no dia 24 de Fevereiro num jantar evocativo do aniversário que contou com a presença de todos os jogadores, equipa técnica e alguns directores da equipa sénior. Aliás esse jantar que decorreu no Restaurante Guarani, foi precedido de mais um treino da equipa de futebol sénior.
Na hora dos discursos o presidente que mais anos está à frente da colectividade, Francisco Oliveira relembrou que viu nascer este menino com 35 anos e pediu para não o deixarem morrer. Relembrou ainda duas pessoas que fizeram parte da direcção do Clube que já faleceram, Vítor Sampaio e Carlos Vieira que se fossem vivos estariam certamente presentes em mais um evento evocativo do nascimento do Clube. Falou ainda do amor que o filho sente ao Clube que o leva a fazer trabalhos na escola tendo o mesmo como tema.
Aos jogadores, o presidente pediu para que eles o brindassem com a subida de divisão, ou seja, que devolvam o clube ao escalão mais alto do futebol distrital.
O treinador Fernando Fontão falou do empenho da equipa e disse que tem de ser todos a lutar para o mesmo lado, não podendo ser apenas a equipa técnica e jogadores.
Uma das pessoas que melhor pode esclarecer o que é ser da ACD Pica, colectividade, que teve como primeiro presidente José Freitas Fernandes, é Davide Pereira, um dos capitães da equipa que está no clube há 14 anos.
Questionado sobre o que faz da Pica um Clube diferente respondeu, “nem sempre a diferença encerra em si um significado de qualidade. No caso do futebol, o ideal até seria que os clubes fossem todos iguais nas questões essenciais como a elevação da sua missão desportiva e socio-cultural. Diria que a principal marca do clube é a seriedade e a honestidade das pessoas que dirigem e dirigiram o clube ao longo destes anos.
No percurso deste eterno capitão da Pica há a formação na AD Fafe, tendo sido campeão em todos os escalões de formação do clube e jogado na 1.ª Divisão do Campeonato Nacional de Juniores. Assinou no ano seguinte contrato profissional por três anos. “Entretanto, por motivos alheios a mim e que não quero estar a especificar, ao fim do um ano e meio a jogar na AD Fafe, decidi que a minha prioridade seria a minha vida académica e nessa altura surgiu hipótese de complementar essa opção com prática desportiva, foi portanto nesse contexto que surgiu o Desportivo Arco de Baúlhe (clube que faço votos para que volte a ter o protagonismo que as suas gentes merecem). Passadas duas épocas recebi o convite da ACD PICA, na pessoa do presidente Carlos Lemos, pelo que a aventura dura até aos dias de hoje”.
O seu amor ao clube levou com que negasse o convite de outros clubes, “posso confessar que desde a primeira época no Arco de Baúlhe, assim como em algumas épocas na ACD Pica, houve a possibilidade de sair para outros clubes, inclusive alguns treinadores não entendiam como era possível eu não estar em patamares diferentes. A realidade é que a minha prioridade passou a ser outra e como tal, umas vezes eu não acedi a esses convites, outras os dirigentes nem queriam ouvir falar nessa hipótese. Nesse particular tenho de fazer uma referência especial ao presidente da ACD Pica, Francisco Oliveira, que reconheceu sempre a minha importância dentro do clube, sendo sempre muito frontal comigo ao afirmar que não só não saía, como queria que fosse dos primeiros atletas a assinar vínculo com o clube, época após época”.
Davide Pereira confessa ainda, “quero terminar a carreira de jogador na ACD Pica. É um gesto de reconhecimento que o clube merece da minha parte e um ponto de honra para mim. A ACD Pica é essencialmente uma instituição com grande tradição na nossa cidade, que congregou em si, desde a sua fundação pessoas de grande caráter e elevação. Instituição que tem uma marca alicerçada em valores fundamentais, com os quais eu me revejo totalmente e que a meu ver são o verdadeiro património da vida das pessoas e das instituições: a honra, o respeito e a dignidade.
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