.

.
.

sexta-feira, 28 de julho de 2023

Histórias | ... E a menina ofereceu-lhe a bandolete. 😂😂😂

TEXTO: JOÃO CARLOS LOPES | FOTO: RUI SILVA

A felicidade está nas pequenas coisas

Tinham decorridos praticamente três meses desde que se tinham cruzado na corrida mais bela do Mundo, Douro Vinhateiro. Foi no final do mês mariano de maio que ele viu a bandolete na cabeça daquela senhora que tinha um certo ar de irlandesa. Como alguém disse pedir não custa e o não é garantido, mas se não se pedir, o sim nunca será sequer hipótese. 

A "Irish" gostava tanto da bandolete verde e branca que disse logo que não, mas apontou para quem, no mesmo grupo, tinha o outro exemplar. Dessa menina também veio um não, mas foi um não menos definitivo, com algumas reticências, por outras palavras um não que inspirava esperança.  

Os dias, as semanas e os meses, foram passando, as meninas da bandolete iam-se cruzando com ele, mas nem sinais de uma possível oferta. Aliás gostavam tanto dela que uma delas chegou a colocar a hipótese de a desdobrar, cortando-a a meio para lhe oferecer a outra metade. Mas os dias de sol foram alternando com os de chuva e apesar de pertencerem à mesma equipa, os desportos diferentes que praticam agora nem sempre permitem que se cruzem.

Ele praticamente já tinha esquecido a bandolete, não porque não pensasse nela, mas porque já estava resignado de que nunca a iria ter e o melhor seria mesmo esquecê-la. Porém, ela tinha visto nele uma adoração diferente pelo acessório e por a bandolete dizer várias vezes "tranquilidade" foi com essa calma que lhe reservou uma surpresa.

Cinquenta e cinco dias depois de os olhos dele, que já precisam de auxilio de óculos, terem ficado vidrados pela bandolete, ela surpreendeu-o no almoço convívio da sua equipa de atletismo, a Sociedade Recreio Cepanense, e foi num local bucólico em que o vento fazia tocar as arpas das árvores e as pedras davam um som mais metálico ao rio, perante os companheiros de equipa, que ela lhe ofereceu a bandolete. 

Foi um momento mágico, tal como o amigo Vilela a defender na relva, ele sentiu-se menino outra vez, a bandolete era sua, a Gazela de Quinchâes, deu-lhe essa enorme alegria. Enorme sim, porque a felicidade é feita de pequenas coisas, que se tornam em grandes gestos e há pessoas que se contentam com pouco porque para elas esse pouco, às vezes, é muito mais que muito: é alegria, emoção,  amizade, companheirismo, é amor no seu mais puro estado. 

Aproveitando o momento, brindaram a esta conquista dele com champanhe que ainda havia do convívio, pouco, o suficiente para eternizar o gesto. Obrigado atletismo da SRC pelos belos momentos que proporciona. Obrigado Manuela Bento pela bandolete, continua a soprar magia por onde passas. 

Sem comentários: