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domingo, 22 de janeiro de 2017

Homenagem a Gervásio Von Doellinger foi um hino à amizade


Texto e fotos: João Carlos Lopes 

Muita nostalgia e "pouca treta"

Os antigos juniores da AD Fafe disseram presente em mais uma convocatória volvidos 30 anos ao anuírem à chamada dos companheiros Roberto e Braga para homenagearam o seu antigo treinador o Mister Gervásio Von Doellinger, que fez de muitos campeões distritais e de praticamente todos verdadeiros homens no sentido mais lato da palavra. Desta vez o terreno de jogo foi o Restaurante do Grupo Nun'Álvares e os atletas jogaram sentados e puxaram da memória histórias sem fim para recordar momentos que arrebatavam sorrisos e gargalhadas, em ambiente de boa disposição. Do staff de apoio lá estavam o massagista Mendes, o dirigente António Augusto, os adjuntos Daniel e Eduardo e o presidente João Freitas. Ver aqueles antigos jogadores todos juntos foi um misto de alegria e saudade, com muita nostalgia à mistura, sabendo que da qualidade que a maior parte deles tinha como futebolistas. Mas o dia era de homenagem a alguém que fez deles, sobretudo, grandes homens e por isso mesmo é que os abraços e as trocas de palavras de amizade e carinho com Gervásio Von Doellinger foram uma constante.  

Este grupo de atletas ofereceu um quadro com uma placa dourada ao homenageado onde se podia ler: "Gervásio Von Doellinger, 1984 - Nesta grande jornadas das nossas vidas, agradecendo a forma como nos ajudou a crescer, perpetuando o reconhecimento e: "POUCA TRETA" - Fafe, 20-01-2017. O "pouca treta" era um dos termos , entre outros, que Gervásio Von Doellinger usava naquela altura para lidar com os seus atletas e que carinhosamente agora recordam.     

O primeiro a usar da palavra foi António Augusto Abreu que recordou que esta geração de jogadores existiu na direcção de João Freitas há mais de 30 anos e que há sempre um dia para reunir as tropas esse dia tinha chegado. Um dia feliz nas palavras deste dirigentes que viveu de perto as aventuras destes verdadeiros campeões e por isso agradeceu ao Roberto e ao Braga por terem tomado a iniciativa deste jantar de homenagem a Gervásio Von Doellinger que no seu entender deveria ter acontecido já há mais anos. Esta homenagem é para dizermos que estamos vivos, juntamente com ele e se há coisas bonitas na vida esta é uma delas.

Também o antigo presidente da AD Fafe, João Freitas disse que para estas coisas se está sempre pronto e se abre a porta e falando de Gervásio Von Doellinger salientou que se trata de uma pessoa que como ele, deu tudo o que podia e se calhar que não podia. Foi dirigente, treinador, motorista. Este jantar terá de ser repetido pelo menos uma vez por ano, afirmou. Tenho pena que outras pessoas das camadas jovens do meu tempo não façam o mesmo. Relembrou ainda outra pessoa carismática que passou pelo Fafe, Zé Manquinho, do qual se recorda com saudade. Vocês viam-me mais à distância mas eu sabia tudo o que passava.  

Um dos organizadores do evento e um dos capitães dessa altura, Roberto relembro a reacção dos seus companheiros quando lhes falou da ideia deste jantar. Recordou que o David Teixeira até chorou de emoção e o Paulo "Fusco" mudou de turno no seu trabalho para poder estar presente. Conseguimos reunir três dezenas de antigos atletas e vamos tentar repetir tudo por homenagem ao senhor Gervásio que na nossa juventude não passou despercebido. Terminou dizendo, "houvesse mais Gervásios".

Um dos jogadores daquela geração que mais longe chegou como atleta e como treinador foi Agostinho Bento, o qual considerou que este jantar mais que a homenagem justa a Gervásio Von Doellinger é um ponte de convívio que deu a possibilidade de rever pessoas que já não via há muito tempo e que gostaria que se encontrassem mais vezes. Disse depois que tudo o que conseguiu na sua vida de desportista o devia a dois senhores pressentes, Gervásio Von Doellinger e João Freitas. Estou-lhes gratos por tudo o que me ensinaram. O senhor Gervásio podia até nem perceber muito de futebol mas foi mais que um segundo pai.

Por fim falou o homenageado que afirmou, não ser muito católico a falar mas sim a trabalhar, para referir de seguida emocionado, depois daquilo que me fizeram hoje, eu já posso morrer porque sou um homem feliz. Sei que não podia agradar a toda a gente mas se calhar agradei. Eu fiz o que pude mas vocês foram uns heróis. Só lamento que a AD Fafe não tenha reconhecido aquilo que vocês foram pois não havia nada nas camadas jovens e Fafe era um viveiro de jogadores de futebol e não havia jogadores de Fafe na equipa mas depois de nós lá estarmos já estavam 18 jogadores no plantel da equipa principal, esses comigo apareceram. Afinal havia ou não havia jogadores?, questionou.

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