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terça-feira, 28 de julho de 2020

Montanhismo | Restauradores juntaram as brandas às inverneiras em Castro Laboreiro

TEXTO E FOTOS: JOÃO CARLOS LOPES 

Dar mais vida aos anos a caminhar  

Inserido na série de percursos do "Ó pernas para que vos quero", os Restauradores da Granja foram mais uma vez até ao Parque Nacional da Peneda-Gerês, desta vez a Castro Laboreiro, para nova e inesquecível caminhada, sob calor tórrido, onde não faltaram as ocasionais peripécias. 

Foram mais 21 km de puro prazer e em absoluta liberdade a somar a tantos outros vividos numas das zonas mais bonitas e emblemáticas do país, tão cheia de recursos naturais e outros por vezes em sítios inimagináveis provocados pela passagem da humanidade em tempos remotos e que ainda hoje nos contam as histórias e vivências dessas gentes. 

O percurso pedestre, de formato circular, teve início e fim em Castro Laboreiro e levou os pedestrianistas por caminhos tradicionais de montanha que ligavam as brandas (aldeias de altitude onde os locais faziam as sementeiras e passavam a maior parte do ano) às inverneiras (aldeias situadas a altitude mais baixa, em vales abrigados, onde os locais passavam o inverno). 

A caminhada teve como pontos de interesse, além das brandas e inverneiras, a Ponte da Assureira, a Ponte Nova ou da Cava da Velha (construída na época romana e reformada na época medieval, já classificada como monumento nacional), as formações rochosas do Bico do Patelo e do Penedo Grande ou Pena de Anamão, o Rio Laboreiro, os bosques de Carvalho Alvarinho, o Santuário da Senhora de Anamão com o seu púlpito em pedra ao ar livre e toda a área envolvente, o Castelo de Castro Laboreiro, a Igreja Paroquial e o Pelourinho.

Esta caminhada acabou por ter um prémio extra quando, já muito perto do final, no Rio Laboreiro, duas lontras ainda muitos jovens fizeram a sua aparição e, uma delas, mais desinibida, deu espectáculo ao mergulhar e rodopiar numa das muitas lagoas de pedra provocada pela erosão do movimento dos seixos e da água. Um momento raro mas muito apreciado numa caminhada que deu para tudo, inclusive para alguns dos caminheiros se banharem e deliciarem nas águas puras que correm naquela serra de beleza sem fim. 

O percurso teve um desnível positivo acumulado de 735 metros e uma altitude mínima e máxima de 754 metros e 1124 metros, feito na maior das calmas e descontracção, com tempo para apreciar e contemplar que se estendeu por cerca de 7 horas.

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