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terça-feira, 26 de setembro de 2023

Ciclistas do Aro 27 com etapa épica entre Fafe e o Monte Trega (Espanha)

TEXTO: JOÃO CARLOS LOPES | FOTOS: DR

Todos sonham em ter dias assim  

Nove ciclistas da equipa fafense Aro 27, fizeram uma etapa épica de ciclismo amador entre a Cidade de Fafe e o alto do Monte Trega, em A Guarda, Espanha, numa tirada que se cifrou nos 128 km, com um belo acumulado positivo de altimetria. 

O dia 24 de setembro, apresentou-se maravilhoso e solarengo, num belo cartão de visita do outono, proporcionando momentos inolvidáveis aos participantes, onde não faltaram as habituais e inesperadas peripécias, algumas delas a proporcionar momentos hilariantes.   

Num trajeto, mais um, bem delineado pelo companheiro ciclista engenheiro Paulo Cruz, que não descura nenhum pormenor, a viagem iniciou-se por volta das 7:30 horas juntos das bombas da BP em Santo Ovídio, depois de bebericarem um apetecido café, para despertar da noite mal dormida pela ansiedade do momento.

O primeiro encontro planeado foi um desencontro, mas por pouco tempo, com os protagonistas a utilizarem vias diferentes para o mesmo ponto de referência, ainda muito perto da partida, para juntar o elemento que faltava e que iniciava o percurso em Paçô Vieira. 

A partir de Guimarães as bikes começaram a rolar certinho com destino à primeira paragem do conjunto, logo a seguir à ponte de Prado, com um imprevisto a acontecer a escassos metros, quando um ciclista atento à conversa de "chacha" doutro companheiro, a rolar quase parados, "tropeçou" pouco antes da passadeira, socorrendo-se do poste a anunciar a mesma, para minimizar o impacto da queda conjunta da máquina e do homem, não evitando uma joelhada que deixou o poste a queixar-se. Foi mais o aparato que o prejuízo e pouco depois já todos se riam a bom rir do sucedido, sendo este um mal que veio por bem.

Aqui introduzimos o impagável apoio do companheiro ciclista Miguel Cerqueira, que serviu de motorista nesta aventura, colocando-se sempre em pontos estratégicos, munido de água e muita boa vontade em ajudar, sendo muito prestável e de enorme valor para o sucesso alcançado pelo grupo nesta volta velocipédica. 

Após o reforço de Prado a pequena caravana seguiu com destino à encantadora Vila de Ponte de Lima, a mais antiga de Portugal, cenário idílico para uma sessão de fotos individuais e para um companheiro segurar o touro pelos cornos, não fosse ele atacar o resto da comitiva. Foi um valente, um autêntico forcado amador dos pedais. 

Atravessada a ponte e deixando a lima para trás, os ciclistas prepararam-se para a subida mais longa do trajeto, abordando-a com fidalguia, aproveitando mais uma pequena paragem para afinar o material até chegar à derivação que os levaria à localidade de Vila Nova de Cerveira, espreitando aqui e ali, ao longo da estrada, um sítio para petiscar algo ligeiro para abordar os últimos quilómetros e a subida final com o estômago composto. Um dos moços espevitados do grupo acabou por descobrir um café fora de estrada com uma esplanada que assentou como uma luva para retemperar forças e conviver mais um pouco fora das "burras". 

De barriga a assobiar de contente, os últimos vinte e tal quilómetros levaram os ciclistas a abordar com cautela o destino final, passando primeiro a ponte que divide os dois países ibéricos, com destino a A Guarda, onde terminava o pacto familiar. Os últimos 3,5 km, ou seja a mítica subida ao Monte Trega, eram feitos por conta própria, cada um por si, ao seu ritmo, apreciando a monumental paisagem que o trajeto oferece, um cenário maravilhoso, deslumbrante, arrebatador, sedutor, único, como única foi esta viagem de bicicleta entre amigos.

Cada um a seu tempo, todos chegaram ao topo e apreciaram a beleza do local, de um lado a foz do Rio Minho com os seus bancos de areia e do outro um mar extasiante que prende os olhares e quase nos faz esquecer do tempo, o tempo que temos e o que nos resta. Esse tempo de apreciar e de amar as coisas boas da vida, as amizades, o companheirismo a beleza das coisas. 

De volta à realidade e já com os cronómetros desligados a descida foi em cima das bikes para fazer alguns registos fotográficos, até ao ponto de encontro para mudar de roupa e colocar as bicicletas em cima da carrinha. Deslumbrado com tanta beleza natural e quiçá com outra que poderá ter visto um companheiro perdeu os outros de vista e passou o ponto de encontro, perdendo-se sem se perder porque agora os telemóveis encurtam as distâncias e reduzem a angústia. O bom filho a casa tornou e reuniu com os outros irmãos desta irmandade chamada Aro 27. 

Tudo a postos restava aconchegar novamente o estomago, o que foi feito em Valença onde já o havia sido no regresso de Santiago de Compostela. No regresso a casa foram revividos os momentos passados nesta aventura de companheirismo e amizade, com muitos sorrisos e muitas gargalhadas e um desejo premente de regressar em breve a outras aventuras.       

   

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