Raimundo Frei |
Texto: Rui Silva / Foto: Tiago João Lopes
Chapéu de três bicos de Raimundo
Tarde soalheira em Polvoreira, típico Verão de S. Martinho, trouxe até ao Parque Desportivo dos Carvalhos muitos adeptos, particular atenção para o apoio dado ao Arões, onde não faltou incentivo vindo da bancada.
Quanto ao jogo, a dimensão reduzida do recinto de jogo, já conhecida pelos adversários do Polvoreira, foi uma nota inicial da partida. Os da casa com natural à-vontade com a dimensão do rectângulo de jogo, tiveram nos primeiros minutos o comando, exagerando no jogo directo com bolas na frente sem qualquer fio de jogo.
O Arões sentiu alguma dificuldade em tomar conta do jogo e ao minuto 20 permitiria mesmo a tabela entre dois atletas de Guimarães, com o último já a entrada da pequena área rematando à figura de Paulo Jorge que cobriu bem a sua baliza defendendo com os pés. Foi como que um clique, a partir daí o Arões encontrou-se e criou várias situações de golo num espaço de 15 minutos. Primeiro através da marcação de um livre apontado por Romeu, com Vitinha na recarga a rematar forte ao lado da baliza.
Seguir-se-ia uma cabeçada de Tiago a obrigar Rui Neto a sair-se à peixe socando a bola para a frente. Ainda aos 36’ César também tentou a sorte com um belo remate, mas desenquadrado. Mas quem procura sempre alcança e aos 42’ Raimundo faz um bonito chapéu a Rui Neto desamparado, que viria ainda um colega a chegar atrasado na tentativa de evitar o golo. Arões regressaria merecidamente aos balneários para o intervalo em vantagem.
O segundo tempo principiou muito parecido com o inicio do jogo, Polvoreira mais pressionaste, se bem que de forma muito directa, com o tal jogo de bola na frente para os homens mais adiantados. Mas seria Romeu aos 4’ a responder a um cruzamento, rematando rasteiro com um defesa a evitar o golo. Tiago poucos minutos depois recebe a bola a meio campo, roda e dirige-se para a entrada da área rematando forte mas sem sucesso.
Ao quarto de hora da segunda parte novamente Tiago ao segundo poste cabeceia em esforço mas por cima. A formação do Arões voltaria então ao comando do jogo conseguindo impor o seu futebol a meio campo e consequência disso criava lances de perigo junto a área adversária. Aos 61’ Ibrahima com um excelente remate ao ângulo, fora da área, obriga Rui Neto à defesa da tarde. Tonel insatisfeito com o desenrolar do jogo tira João e lança Castro, e vê novo lance de golo à vista para o Arões, Hélder ganha a bola no segundo terço do terreno e só perante Rui Neto remata ainda fora da área à figura do Guardião da baliza do Polvoreira.
Rui Neto guarda-redes do Polvoreira sempre bem atento ao jogo.
Mas se Tonel estava descontente com a sua equipa, ao minuto 65 ficaria ainda mais, Xano veria o cartão vermelho directo, aquando de protestos excessivos para com o juíz da partida. Branco aproveita e no mesmo minuto tira Hélder Silva e faz entrar Ângelo, refrescando a ala esquerda.
Aos 71 minutos Romeu tentou o remate de longe mas o pontapé frouxo não incomodou Rui Neto. À meia hora de jogo Vitinha é expulso do jogo com o segundo amarelo bem mostrado com falta por trás. Injusto seria o primeiro apenas 4 minutos antes com um corte a meio campo com o braço. Branco, também ele com dores de cabeça, quando aos 82 minutos é obrigado a substituir Duarte Nuno que havia sofrido minutos antes um falta feia de um adversário. Miguel Castro entra para o meio campo recuando César para trás.
Tonel ainda acreditava e respondeu com alteração dupla, saiu o capitão Faria e André, para dar lugar a Texugo e Peixoto. Arões jogava então mais recuados estes últimos minutos, resultado da expulsão e da reorganização da equipa. Branco na tentativa de esticar a equipa e colocando um homem mais de área, tira o autor do golo Raimundo e lança André, que diga-se entrou lutador e brigou em cada lance com garra e convicção. Minuto 87, lance de perigo com um homem do Polvoreira a cabecear ao lado da baliza de Pulo Jorge, que viria também ele o amarelo na sequência do lance por suposta demora da reposição da bola em jogo. Ângelo que também entrou bem no jogo tem uma excelente oportunidade de “matar” o jogo, faz um chapéu a Rui Neto, mas este sacode para canto.
Em cima do tempo regulamentar, numa boa triangulação dos homens de Arões, de novo Ângelo a chegar tarde, deixando-se antecipar por Rui Neto.
O juiz daria 5 minutos de tempo extra, os adeptos do Arões presentes em Polvoreira, ansiavam pelo fim da partida e quando os homens da casa aproveitando um adiantamento dos Aronenses rematam certeiro ao poste da baliza de Paulo Jorge, ouvira-se um forte suspiro na bancada dos visitantes. Mas para alegria destes o árbitro terminaria a partida pouco depois.
Não faltou apoio vindo da bancada, com António a dar o mote.
Vitória pela margem mínima, mas justíssima da melhor equipa. O Arões demonstrou que uma equipa vencedora e com objectivos bem traçados, tem de saber contornar todos os obstáculos que encontra pelo caminho. E hoje num campo de dimensões reduzidas, perante uma equipa que tem o seu valor, diga-se em abono da verdade, teve alguma dificuldade em tomar as rédeas do jogo. Esta equipa no seu terreno, será certamente um obstáculo “duro” para às equipas que aqui jogarem.
Árbitro: José Ribeiro, Auxiliado por Valdemar Maia e Luciano Maia.
UD POLVOREIRA: Rui Neto, Diogo, Biré, Xano, Pedrinho, Gatuso, Nandinho, Faria (cap.)(72'), Nuno, João(62') e André (72'). Suplentes: Luís Lopes, Castro(62'), Texugo (72'), Paulo Mendes, Hugo, Peixoto (72')e Leandro. Treinador: Tonel
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ARÕES SC: Paulo Jorge, Vitinha (cap.), Duarte Nuno (72'), Pinto, Zezinho, Ibrahima, César, Romeu, Hélder Silva (64'), Tiago e Raimundo. Suplentes: Ranza, Ângelo (64'), Fábio, Carlos, Miguel Castro (72') e André (85'). Treinador, Francisco Branco.
ARÕES SC: Paulo Jorge, Vitinha (cap.), Duarte Nuno (72'), Pinto, Zezinho, Ibrahima, César, Romeu, Hélder Silva (64'), Tiago e Raimundo. Suplentes: Ranza, Ângelo (64'), Fábio, Carlos, Miguel Castro (72') e André (85'). Treinador, Francisco Branco.
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