Ai mãe que o pai em
casa treme tanto!
A Associação Desportiva de Fafe, equipa feita para jogar na segunda divisão, mas que joga na terceira e tem um treinador de primeira, ganhou em casa ao último classificado, Mãe D’Água por uma bola a zero e conquistou o quinto lugar na tabela classificativa, na fase regular da Série A, apurando-se para disputar a fase de subida de divisão.
Foi em permanente angústia que os fafenses viveram os 93 minutos de jogo contra o Mãe D’ Água, isto apesar do Fafe ter inaugurado o marcador aos 15 minutos, através de Armando, na sequência de um pontapé de canto. Antes disso, Ricardo Jorge já tinha desperdiçado duas ocasiões soberanas de golo.
A formação do Concelho de Bragança apresentou-se no Municipal de Desportos em Fafe debilitada e só com quatro jogadores suplentes, um deles o guarda-redes. Mesmo assim, honra lhe seja feita, não se remeteu ao ferrolho e tentou jogar o que sabia e podia.
Como vem sendo hábito nos jogos que realiza em casa, o Fafe jogou inibido, com o nervoso miudinho a impedir que os jogadores colocassem em prática aquilo que podem e sabem fazer. Basta lembrar a exibição realizada uma semana antes no Municipal de Vieira do Minho, para ter a certeza que estes jogadores são capazes de fazer muito melhor do que o futebol exibido neste jogo.
Do lado do Mãe D’Água destacou-se um jogador ao longo de todo o encontro, apesar da formação brigantina não ter disposto de grandes oportunidades para chegar ao golo, o certo é que as poucas que teve, caso as tivesse concretizado teria complicado a vida aos fafenses. Exemplo disso foi o aproveitamento de um mau passe da defesa do Fafe, aos 19 minutos, cuja jogada haveria de terminar em canto.
O Fafe, a jogar devagar, devagarinho ia criando oportunidades de golo que conforme vinham também iam. Foi assim aos 18 minutos, quando Fernandes, ao primeiro poste, atirou de cabeça ao lado; aos 25, com Cerdeira a rematar com o mesmo destino e aos 31 com Vítor Borges a atirar por cima da barra. Ripostou o Mãe D’Água com o baixinho Márcio a rematar de primeira, também ao lado.
Voltou o Fafe à sina do desperdício. Aos 35 minutos, Armando, dentro da área, tentou estourar, mas apenas deu nas orelhas da bola; aos 43, um potente remate cruzado de Primo obrigou o guarda-redes brigantino a grande defesa. Sob o intervalo, o Fafe teve uma jogada com um desenho perfeito que começou em Fernandes, passou por Primo e acabou com Armando a falhar ao primeiro poste.
O segundo tempo revelou um Fafe mais flácido e pertenceu ao Mãe D’Água o primeiro remate à baliza, por Damian, com a bola a sair por cima.
Aos 53 minutos Cerdeira, o jogador mais esclarecido do Fafe, rematou em jeito mas viu a bola a sair por cima do ferro da baliza. Aos 56, Primo cruzou perfeito para a cabeça de Armando mas este atirou à barra. Um minuto depois, grande abertura de André para Ricardo Jorge, que remata de primeira, com oposição, resultando em canto.
Seguiu-se um período em que o Fafe deixou o Mãe D’Água ganhar confiança. Aos 59 minutos, Pendura, o melhor dos forasteiros, teve uma boa incursão pela direita, cruzou ao segundo poste, onde o pequeno Márcio apareceu a rematar de cabeça para grande defesa de Paulo Freitas. Depois deste lance os fafenses ficaram com o coração na boca.
A equipa fafense voltou a reagir aos 65 minutos com André a rematar para defesa de Armando para canto. Aos 69, Armando domina na área e remata de pronto mas ao lado.
Voltou a descer à área do Fafe o Mãe D’Água com André Veras a atirar de cabeça com a bola a sair desviada da baliza. Aos 85, Móbil marcou um canto e Armando, de cabeça, rematou por cima da barra.
A um minuto dos noventa, houve “bruá” no estádio mas seguiu-se um “hoooo!”. Ricardo Jorge colocou a bola em Ferrinho e este em posição privilegiada fez o mais difícil, falhar, quando já o vimos a marcar golos de maior nível de dificuldade.
Os fafenses só descansaram quando o árbitro deu por terminado o encontro. No final a opinião era quase unânime, esta equipa parece que não sabe jogar em casa. E muitos dos sofredores falavam mesmo no jogo da semana anterior em que o Fafe tinha jogado tão bem, apesar de não ter marcado. Uma coisa é certa, caso o Fafe tivesse ganho em casa ao Merelinense e ao Amares, estaria agora em perfeitas condições de lutar com alguma tranquilidade pela subida de divisão. Vai lutar na mesma, mas terá que se esforçar um pouco mais.
Em jogo realizado no Parque Municipal de Desportos, em Fafe, sob a orientação do árbitro Manuel Oliveira (AF Porto), auxiliado por Emanuel Moreira e Ricardo Gomes, as equipas apresentaram:
AD FAFE: Paulo Freitas; Primo, Xavi Rui Ribeiro e Armando Pinto; André, Cerdeira (Kita, 81’) e Fernandes (Mobil, 45’); Ricardo Jorge, Armando e Vítor Borges (Ferrinho, 61’). Treinador, Carlos Condeço.
FC MÃE D’ÁGUA: Armando; Xapinha (Yves, 59’), Valentim, André, André Veras, Pendura, Gene, Michel (Xana, 75’), Damian, Márcio e Carlos. Treinador, Valdemar Afonso.
ACÇÃO DISCIPLINAR: Amarelos: André Veras, 38’e Armando (ADF), 49’.
MARCADOR: Armando, 15’.