.

.
.

sábado, 28 de março de 2009

D. HONRA – AF BRAGA: Pica, 1 – Torcatense, 1

Texto e foto: João Carlos Lopes



Fado dos golos falhados


O Pica empatou em casa com o Torcatense a uma bola, num jogo que se voltou a ouvir o velho fado, com o Pica a desperdiçar ocasiões soberanas de golo e acabar a carpir as próprias mágoas. É um fado triste, este que se vê na equipa da Pica, equipa que se nota bem que tem valor mas não consegue tirar partido dessa condição, pois parece jogar demasiado inibida. Acaba por ser doloroso ver adversários que não são melhores que o Pica a roubar pontos aos fafenses que claudicam na hora da verdade, ao falhar oportunidades que, normalmente, os adversários não desperdiçam.
Na primeira parte, o jogo acabou por se imiscuir na poeira que o forte vento que se fazia sentir levantou, embora, verdade seja feita, praticamente só o Pica procurou chegar ao golo, tendo a partida sido disputada quase de forma permanente no meio campo defensivo do adversário. Neste período, os guarda-redes não foram chamados a intervir por nenhuma bola ter levado a direcção da baliza. O remate foi, aliás, um bem escasso, que nos fez lembrar da malfadada crise do país e do mundo. Contudo, aos 17 e 21 minutos, o Pica podia ter chegado ao golo com Fred e Ismael a atirarem ao lado em situações privilegiadas para marcar.
Após o intervalo as equipas vieram mais espevitadas e pertenceu ao Pica o primeiro remate, com Fred a atirar de fora da área para defesa de Bruno. O Torcatense respondeu com Gustinho a atirar em balão para defesa fácil de Paulo Jorge.
Aos 56 minutos, o Pica foi apanhado em contra-ataque. A jogada tanto se desenrolava na área do Torcatense como rapidamente chegou à zona defensiva do Pica onde Pedro Rui teve a felicidade de ganhar um ressalto e, já dentro da área, atirar ao ângulo superior mais distante da baliza de Paulo Jorge.
Reagiu bem o Pica que chegou à igualdade três minutos depois. Bola metida na área onde Richa fez uma assistência soberba para Cistovão e este, de primeira, a não perdoar, naquilo que resultou um golo de belo efeito.
Aos 64 minutos, Vasco esteve perto de desfazer a igualdade, quando entrou na área mas rematou ao lado. Aos 76, o fado voltava. Nandinho isolou-se e quando, já no interior da área, ficou cara a cara com Bruno, deslumbrou-se e fez um autêntico passe para as mãos do guarda-redes.
Os homens do Torcatense consideraram que lhe foi mal anulado um golo obtido por António aos 78 minutos. Na sequência dos protestos, o jogador suplente Henrique acabou expulso.
Aos 80 minutos o forte vento que se fez sentir na Pica traiu Álvaro que apesar de ser muito veloz viu a bola fugir à sua frente quando parecia que tinha a situação controlada num perigoso contra-ataque.
O Torcantense ainda teve um remate que saiu à figura de Paulo Jorge e o Pica dispôs de um livre frontal, marcado em jeito por Nadinho, que saiu muito perto do poste.

Em jogo realizado no Parque de Jogos da Pica, sob as ordens do árbitro Miguel Silva, auxiliado por Luís Ferreira e José Silva, as equipas apresentaram:

PICA: Paulo Jorge; André, Montenegro, Ricardo Azevedo, Vasco (Israel, 66’), Richa (Álvaro, 79’), Nandinho, David, Fred, Nando e Ismael (Cristóvão, 57’). Treinador, António Valença.

TORCATENSE: Bruno; Cherba, Kéke, Paulinho, Gil (Lameirão, 73’), Nelson (António, 63’), Pedro Rui (Káká, 86’), Chiquinho, Gonça, Gustinho e Salora. Treinador, Francisco Branco.

ACÇÃO DISCIPLINAR: Cartões Amarelos: Richa, 69’; Salora, 74’, Lameirão, 91’ e Ricardo Azevedo, 93’. Cartão vermelho: Henrique, 79’.
.
MARCADORES: Pedro Rui, 56’ e Cristóvão, 59’.