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domingo, 1 de março de 2009

Futebol - 3.ª Divisão Nacional: AD Fafe, 0 – Merelinense, 1

Texto e fotos: João Carlos Lopes

A estratégia ruiu

Mais uma vez o Fafe não soube tirar partido do factor casa onde não consegue impor o seu futebol e permitiu que o Merelinense que jogou nitidamente para o empate levasse como prémio a vitória. Vitória essa que permitiu aos bracarenses ultrapassar o Fafe na tabela que, mesmo assim, desceu apenas um posto (é agora 5.º). Com este resultado os fafenses vão ter que sofrer até ao fim da fase regular.
A equipa do Concelho de Braga pouco teve que fazer no encontro em que quase nada arriscou. Mas, cedo se apercebeu que a equipa fafense estava a conceder espaços e a falhar no seu sector recuado e por várias ocasiões esteve perto de fazer o golo em situações de contra-ataque.
O Fafe quis resolver cedo a contenda e logo aos quatro minutos o árbitro podia ter assinalado uma grande penalidade a favor do Fafe quando Couto, o gigante da defesa de Merelim, cortou com o braço um cruzamento de Ricardo Jorge.
Aos nove minutos, Ricardo Jorge rematou á figura de Talaia depois de uma jogada bem desenhada por parte dos fafenses.
Aos 12 minutos o Merlinense fazia o primeiro aviso com Luís Carlos a aparecer no primeiro poste e a atirar por cima da baliza. Aos 14, Armando Pinto fez um passe mal calculado que acabou por isolar Luís Carlos, com este a adiantar demasiado a bola e Carneiro, atento, anulou o perigo.
Aos 16 minutos, Vítor Borges cobrou um livre directo mas Miguel cortou e cedeu canto. Aos 17, foi Xavi a tentar o golo mas o guarda-redes estava no caminho da bola.
A defesa do Fafe voltou a facilitar aos 24 minutos quando Luís Carlos já se encaminhava para a baliza valeu a atitude de Xavi a ocorrer ao lance e a negar-lhe os intentos.
O Merelinense mostrava bem ao que vinha e raramente tinha menos de nove/dez homens atrás da linha da bola.
Aos 35 Vítor Borges volta a cobrar um livre directo mas desta vez obriga Talaia a golpe de rins e a ceder canto.
Com poucos homens na frente o Merelinense dava que fazer ao Fafe e aos 41 minutos Luís Carlos apareceu nas costas dos defesas a rematar de primeira tendo a bola saído por cima da baliza. Aos 45, mais um contra-ataque visitante com Luís Carlos e Mokas em superioridade mas o último a adiantar a bola demasiado permitindo a intervenção de Carneiro.
Depois do intervalo Sílvio ficou no balneário cedendo o lugar a Armando. Percebia-se a intenção de Carlos Condeço mas também se adivinhava que caso as coisas não corressem como ele pretendia podia reverter a favor do Merelinense, quanto mais que, para os seus homens mais móveis na frente tinha agora menos defesas a importunar, pois o Fafe passou a jogar com três homens apenas no sector recuado.
Não foi preciso muito para que a estratégia do treinador fafense ruísse, não por sua culpa mas, talvez, por má interpretação dos seus jogadores. Só assim se explica que Luís Carlos aparecesse novamente isolado a fazer um golo muito facilitado. Estavam decorridos apenas quatro minutos do segundo tempo.
Carlos Condeço arriscou tudo de imediato, fazendo entrar Fernandes e João Nogueira em detrimento de Primo e Kita. O Fafe passou a pressionar mais mas a ter muitas dificuldades em penetrar na muralha defensiva dos homens de Merelim, quanto mais que usava e abusava dos cruzamentos para área onde Couto, que deve ter uns bons dois metros de altura, era dono e senhor de quase tudo.
Aos 65 minutos o presidente fafense, Albino Salgado foi expulso do banco fafense por protestos após falta inexistente assinalada contra o Fafe.
O cronómetro e a ansiedade corriam contra o Fafe enquanto o Merelinense fazia o que podia para queimar alguns segundos.
Aos 80 minutos os forasteiros podiam ter “matado” o jogo. Primeiro, foi Paulinho Lopes a ser egoísta e rematar quando tinha colegas em melhor posição, ganhando apenas um canto. Na sequência do mesmo, um homem do Merelinense, com a baliza aberta, atirou de cabeça por cima da trave.
Aos 88 minutos foi o canto do cisne do Fafe. Vítor Borges cobrou um livre, há um primeiro remate do Fafe que é sacudido pela defesa e na recarga João Nogueira proporciona a defesa da tarde a Talaia.
Nos sete minutos que o árbitro deu, justamente de compensação, - o jogo esteve parado muito tempo para assistir o merelinense Borges que não entraria mais na partida – o Fafe não fez mais que bombear bolas para a área onde a defesa do Merelinense era dona e senhora desses lances.

Em jogo realizado no Parque Municipal de Desportos em Fafe, sob a orientação do árbitro Miguel Vieira (AF Porto), auxiliado por Jorge Pinto e Nelson Rocha, as equipas apresentaram:

AD FAFE: Carneiro; Primo (Fernandes, 52’), Sílvio (Armando, 46’), Xavi e Armando Pinto; Kita (João Nogueira, 52’), André e Ricardo Jorge; Armando, Zézé e Ferrinho (Vítor Borges, 73’). Treinador Carlos Condeço.

MERELINENSE FC: Talaia; Nelson, Beck, Luís Ferraz, Luís Carlos, Vítor Couto, Mokas (Borges, 57 e Vasco, 77’), Miguel, Paulinho Lopes e Bruno (Xavier, 70’). Treinador: Jorge Casquilha.

ACÇÃO DISCIPLINAR: Amarelos: Vítor, 15’, Ferrinho, 18’; Couto, 63’; Talaia, 67’; Miguel, 87’ e Fernandes, 96’.

MARCADOR: Luís Carlos, 49.