Todos os caminhos
nos levam a Ancede
Numa organização conjunta das secções de Pedestrianismo da Associação dos Amigos do Rio Ovelha e dos Restauradores da Granja, com a colaboração da Junta de Freguesia e Associação Desportiva de Ancede e da Câmara Municipal de Baião, mais de meia centena de caminheiros tiveram oportunidade de percorrer um trilho romano de aproximadamente três quilómetros cujo destino foi o Mosteiro de Santo André de Ancede, um verdadeiro tesouro do Património Cultural e arquitectónico da Região do Douro.
Quem se deslocou da zona do Minho e antes do início do percurso teve a oportunidade de apreciar, de comboio, todo o esplendor paisagístico que o Rio Douro e as suas encostas oferecem, na curta viagem entre o Marco de Canavezes e a estação de Mosteirô.
Seguiu-se uma viagem relâmpago de autocarro até à margem do Rio Douro para que a a caminhada pudesse ter início.
Aos poucos a natureza foi oferecendo tudo o que tinha de melhor nesta zona pitoresca da região duriense. À medida que o percurso foi trilhado era possível apreciar uma grande variedade de flora, vislumbrando-se as mais diversas espécies de plantas como: a urze, rosa silvestre, giesta branca, tojo arnal, gilbardeira, tojo mole, sanguinho, madressilva, pau ferro, mimosa, sicómoro, trovisco, sargaço, urze vermelha, carvalho, sobreiro, magnólia, hera e rosmaninho, entre outras.
Conforme a altitude aumentava, o horizonte oferecia cada vez mais motivos para a vista se perder de amores pela paisagem e reter imagens únicas e refrescantes para os sentidos, pois tamanha é a sua magnitude e beleza particular.
Sensivelmente a meio do percurso é notável apreciar uma construção – Casa do Vale Cerdeira - da autoria de Souto Moura, premiada internacionalmente, pelo seu perfeito enquadramento na paisagem. Não menos admirável é toda a vegetação que rodeia e completa a qualidade urbanística dessa mesma construção com vista priveligiada para o Rio Douro e as suas frondosas encostas.
No trajecto para a capela de S. Domingos ainda foi possível ver um antigo lagar de azeite talhado na pedra. Momentos antes, numa propriedade privada, um bode branco evidenciava-se com altivez como dono de um curral, tal era a imponência com que se apresentava.
Junto à capela, em forma cilíndrica, a Banda Marcial de Ancede ofereceu dois trechos bem conhecidos os quais foram interpretados com maestria e entusiasmo: “Rosinha dos Limões” e “Dunas”.
Sem sentir praticamente a inclinação do terreno, ao longo de três quilómetros, bem anestesiados pela magnitude da paisagem e pela hospitalidade dos ancedenses, eis que chegamos ao Mosteiro de Santo André. Uma vez nas imediações deste antigo retiro cristão que ganhou importância singular nos seus tempos áureos e que está a ser recuperado pela Junta de Freguesia, foi possível admirar o admirável mundo velho. Nele se encerram costumes e tradições, preservados e perpetuados para tempos em que as gerações futuras só hão-de saber através dessa mesma forma - casas museus - como era a vida de outrora. Um grande e louvável trabalho feito pela junta de freguesia presidida por José Manuel Soares. A agricultura e os seus costumes estão preservados entre as portas de algumas das divisões deste Mosteiro em que era evidente a grandeza que o mesmo encerrava, a avaliar pelo tamanho dos lagares e pela forma como o próprio vinho era canalizado para a zona dos tonéis sem ser necessário recorrer ao esforço humano. De resto, um dos muitos atributos desta monumental construção. Na mesma área é possível apreciar vários utensílios agrícolas já em desuso.
Na zona envolvente do Mosteiro, louve-se o execelente trabalho que lá se encontra com as estações da Via Sacra, feitas em pequenos cubos de pedra de cores variadas que lhe conferem uma beleza espectacular e verdadeiramente fascinante.
O repasto foi oferecido pela Associação Desportiva de Ancede, agremiação que movimenta centenas de atletas em várias modalidades e que é presidida por Daniel Guedes.
Agradável surpresa foi a presença do Senhor Neca, um ancedense do Lugar da Deveza, cuja alegria é contagiante, apesar da vida lhe ter pregado uma grande partida, nomeadamente no capítulo da saúde. Este ancedense de gema cantou, após o almoço, dois trechos que muito animaram todos os presentes, não só pela bela voz do senhor Neca mas também pela alegria que colocava em cada nota musical.
Após o almoço ainda houve tempo para visitar a oficina de cantaria onde o mestre Manuel “Campeão” se tornou professor quase aos setenta anos. Neste local foi possível observar trabalhos bem elaborados como brasões e outros motivos talhados em pedra. O Nequinha da Deveza voltou a mostrar os seus dotes vocais ao cantar o hino antigo de Ancede e uma canção “espanhola”, de sua autoria, em mais um momento brilhante da força da vida e da alegria de viver.
Os caminheiros abandonaram Ancede com a sede de voltarem um dia, pois foram muito agradáveis todos os momentos vividos naquela Vila do Concelho de Baião, rica em património arquitectónico, natural, paisagístico e humano. Nota-se que a harmonia abençoou esta terra e deu-lhe gente capaz de a gerir.
Numa organização conjunta das secções de Pedestrianismo da Associação dos Amigos do Rio Ovelha e dos Restauradores da Granja, com a colaboração da Junta de Freguesia e Associação Desportiva de Ancede e da Câmara Municipal de Baião, mais de meia centena de caminheiros tiveram oportunidade de percorrer um trilho romano de aproximadamente três quilómetros cujo destino foi o Mosteiro de Santo André de Ancede, um verdadeiro tesouro do Património Cultural e arquitectónico da Região do Douro.
Quem se deslocou da zona do Minho e antes do início do percurso teve a oportunidade de apreciar, de comboio, todo o esplendor paisagístico que o Rio Douro e as suas encostas oferecem, na curta viagem entre o Marco de Canavezes e a estação de Mosteirô.
Seguiu-se uma viagem relâmpago de autocarro até à margem do Rio Douro para que a a caminhada pudesse ter início.
Aos poucos a natureza foi oferecendo tudo o que tinha de melhor nesta zona pitoresca da região duriense. À medida que o percurso foi trilhado era possível apreciar uma grande variedade de flora, vislumbrando-se as mais diversas espécies de plantas como: a urze, rosa silvestre, giesta branca, tojo arnal, gilbardeira, tojo mole, sanguinho, madressilva, pau ferro, mimosa, sicómoro, trovisco, sargaço, urze vermelha, carvalho, sobreiro, magnólia, hera e rosmaninho, entre outras.
Conforme a altitude aumentava, o horizonte oferecia cada vez mais motivos para a vista se perder de amores pela paisagem e reter imagens únicas e refrescantes para os sentidos, pois tamanha é a sua magnitude e beleza particular.
Sensivelmente a meio do percurso é notável apreciar uma construção – Casa do Vale Cerdeira - da autoria de Souto Moura, premiada internacionalmente, pelo seu perfeito enquadramento na paisagem. Não menos admirável é toda a vegetação que rodeia e completa a qualidade urbanística dessa mesma construção com vista priveligiada para o Rio Douro e as suas frondosas encostas.
No trajecto para a capela de S. Domingos ainda foi possível ver um antigo lagar de azeite talhado na pedra. Momentos antes, numa propriedade privada, um bode branco evidenciava-se com altivez como dono de um curral, tal era a imponência com que se apresentava.
Junto à capela, em forma cilíndrica, a Banda Marcial de Ancede ofereceu dois trechos bem conhecidos os quais foram interpretados com maestria e entusiasmo: “Rosinha dos Limões” e “Dunas”.
Sem sentir praticamente a inclinação do terreno, ao longo de três quilómetros, bem anestesiados pela magnitude da paisagem e pela hospitalidade dos ancedenses, eis que chegamos ao Mosteiro de Santo André. Uma vez nas imediações deste antigo retiro cristão que ganhou importância singular nos seus tempos áureos e que está a ser recuperado pela Junta de Freguesia, foi possível admirar o admirável mundo velho. Nele se encerram costumes e tradições, preservados e perpetuados para tempos em que as gerações futuras só hão-de saber através dessa mesma forma - casas museus - como era a vida de outrora. Um grande e louvável trabalho feito pela junta de freguesia presidida por José Manuel Soares. A agricultura e os seus costumes estão preservados entre as portas de algumas das divisões deste Mosteiro em que era evidente a grandeza que o mesmo encerrava, a avaliar pelo tamanho dos lagares e pela forma como o próprio vinho era canalizado para a zona dos tonéis sem ser necessário recorrer ao esforço humano. De resto, um dos muitos atributos desta monumental construção. Na mesma área é possível apreciar vários utensílios agrícolas já em desuso.
Na zona envolvente do Mosteiro, louve-se o execelente trabalho que lá se encontra com as estações da Via Sacra, feitas em pequenos cubos de pedra de cores variadas que lhe conferem uma beleza espectacular e verdadeiramente fascinante.
O repasto foi oferecido pela Associação Desportiva de Ancede, agremiação que movimenta centenas de atletas em várias modalidades e que é presidida por Daniel Guedes.
Agradável surpresa foi a presença do Senhor Neca, um ancedense do Lugar da Deveza, cuja alegria é contagiante, apesar da vida lhe ter pregado uma grande partida, nomeadamente no capítulo da saúde. Este ancedense de gema cantou, após o almoço, dois trechos que muito animaram todos os presentes, não só pela bela voz do senhor Neca mas também pela alegria que colocava em cada nota musical.
Após o almoço ainda houve tempo para visitar a oficina de cantaria onde o mestre Manuel “Campeão” se tornou professor quase aos setenta anos. Neste local foi possível observar trabalhos bem elaborados como brasões e outros motivos talhados em pedra. O Nequinha da Deveza voltou a mostrar os seus dotes vocais ao cantar o hino antigo de Ancede e uma canção “espanhola”, de sua autoria, em mais um momento brilhante da força da vida e da alegria de viver.
Os caminheiros abandonaram Ancede com a sede de voltarem um dia, pois foram muito agradáveis todos os momentos vividos naquela Vila do Concelho de Baião, rica em património arquitectónico, natural, paisagístico e humano. Nota-se que a harmonia abençoou esta terra e deu-lhe gente capaz de a gerir.
Sem comentários:
Enviar um comentário