Texto e fotos: João Carlos Lopes / Tiago João Lopes
“Entre
direcções e atletas sempre existiu a
preocupação
de manter uma ligação franca”
Decorreu dentro da normalidade
habitual dos torneios o triangular de veteranos organizado pelo Operário
Futebol Clube de Antime, no âmbito dos seus 70 anos de vida.
Assim, as três equipas que fazem do
parque de jogos de Antime a sua casa não quiserem deixar passar em claro esta
bonita data e evoluíram no precioso sintético da septuagenária colectividade,
entregando-se de corpo e alma ao jogo e não só pois como disse o veterano Jaime
Costa no jantar que se seguiu aos jogos, “quando faltam as pernas sobra a
língua”. No entanto nada que não fosse normal num jogo de futebol, seja em que
escalão for.
As primeiras equipas a entrar em campo
foram as do Grupo Benfica de Fafe (GBF) e da UD Fafe A60 (UDF), que fizeram um
jogo de entrega e de luta, dando trabalho aos dois guarda-redes que por sinal
tinham o mesmo nome, Paulo.
Ao intervalo registava-se uma igualdade
sem golos e, na segunda parte, apesar da insistência das duas equipas o
marcador continuou em branco, levando a decisão do vencedor para a marca das
grandes penalidades.
Na marcação dos castigos máximos,
Paulo Rocha, da UD Fafe, brilhou ao defender três bolas contra uma do seu homónimo
do Grupo Benfica de Fafe.
Ao vencer a partida, a UD Fafe teve
direito a descanso enquanto o GBF disputou novo jogo logo de seguida contra o
OFC Antime (OFCA). Foi mas uma partida muito equilibrada, com entrega das duas
partes mas com o marcador a não querer funcionar nos 45 minutos que durou o
jogo. Nova série de grandes penalidades com os jogadores a terem o pé calibrado
e a marcarem todas as cinco iniciais, prosseguindo depois por mais três
penaltis, até que Antero se lembrou de marcar à Panenka mas quando a bola
parecia estar no caminho certo para a baliza, João que parecia estar batido
cometeu a proeza de defender com o pé, dando assim a vitória no jogo ao OFCA.
O terceiro jogo decidia quem era a
equipa mais forte do torneio, pois tanto a UDF como o OFCA tinham uma vitória
cada um.
Os veteranos da UDF acabaram por ser
mais fortes e marcaram dois golos ainda na primeira parte por Braga e Lizuarte
e depois Luís Mário fartou-se de desperdiçar oportunidades de golo. A experiência
da UDF acabou por vir ao de cima perante uma equipa que se bateu bem mas que só
treina ao fim de semana e não tem rotinas de jogo.
No jantar que reuniu as três
equipas, juntamente com a direcção do OFCA houve alguns discursos de circunstância,
com Jaime Costa (UDF) e David Costa (GBF) a agradecerem o convite e a
formularem votos que este torneio se repita nos próximos anos.
O discurso mais alongado pertenceu a
Avelino Soares que, entre outras coisas evocou “todos aqueles que tiveram a
feliz ideia de criar o OFCA”, invocando depois os “testemunhos existentes na
sede do Clube que deixam juventude de hoje boquiaberta e a interrogar-se com o
era possível praticar desporto em condições tão precárias”. Classificou depois
esses fundadores como ambiciosos e guerreiros. “Ambiciosos porque o seu desejo
era procurar que o seu clube a nível concelhio se mantivesse como exemplo;
guerreiros porque combateram contra muitas adversidades existentes naquele
tempo, inclusivamente o da pobreza muito acentuada imposta talvez pelo regime
da ocasião”.
Avelino
Soares, representante dos veteranos do OFCA, depois de fazer alusão àquilo que
as diversas direcções do Clube foram fazendo, incluindo a mais valia do clube
que é o seu campo de futebol de relvado sintético, com sede e balneários modernos,
falou ainda do capítulo humano “cuja prova está retratada em todos os veteranos,
principalmente naqueles que passaram pelo OFCA confirmando que entre direcções
e atletas sempre existiu a preocupação de manter uma ligação franca e aberta
proporcionando a todos um espírito de profunda amizade, partilhada e vivida por
muitos atletas, mesmo com os que por Antime passaram e eram oriundos de outros Concelhos”.
A fechar o protocolo falou o
presidente Jorge Ribeiro a agradecer a presença de todos e a fazer suas as
palavras de Avelino Soares dizendo que todas as equipas de veteranos presentes têm
as chaves do parque de jogos o que “demonstra a abertura do Clube para com
aqueles que lhe querem bem, para poderem usufruir das instalações de uma forma
livre e espontânea dentro da planificação que é do conhecimento geral”.
O convívio terminou com a entrega de
lembranças às três colectividades, uns bonitos troféus alusivos aos 70 anos do
OFCA, e ainda com todos os presentes a catarem os parabéns e a comerem uma
fatia do respectivo bolo de aniversário.
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