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domingo, 14 de fevereiro de 2010

Campeonato Nac. 3.ª Divisão: Famalicão, 1 - AD Fafe, 2

Texto e fotos: João Carlos Lopes

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Xavi estreia-se a marcar e Cícero, o

fura redes, foi injustamente expulso

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- Uma equipa ao sabor do “Bento”
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O Fafe obteve a segunda vitória consecutiva na era Agostinho Bento e já se encontra no segundo lugar a apenas um ponto do líder, Amarante. Porém, a quatro jornadas do fim desta fase ainda nada está definido. Foi uma vitória importante mas os fafenses acabaram a partida com um grande sentimento de revolta com a expulsão de Cícero, numa falta, cometida no último de cinco minutos de compensação que, até na opinião de muitos famalicenses, nem cartão amarelo merecia, quanto mais vermelho. Foi injusto e revoltante ver uma decisão destas que deixa o árbitro bracarense Jorge Oliveira (na foto em baixo) muito mal visto. Parece que só ele viu o que mais ninguém, que estava na bancada principal do Futebol Clube de Famalicão, precisamente o lado em que o lance, ocorrido na linha lateral e no meio campo ocorreu. Enfim, uma decisão que nem lembrava ao diabo quanto mais a um juiz de futebol.
Apesar do muito frio que se fez sentir os fafenses levaram bastante gente ao estádio 22 de Junho em Famalicão. Para se ter uma ideia, do onze inicial do Fafe apenas Primo e Bijou não usavam uma camisola de maga comprida por baixo do equipamento de manga curta.
O Famalicão entrou bem na partida e aos seis minutos viu um golo anulado a Bacari por pretenso fora de jogo. Esse lance foi na sequência de um canto em que Diop cabeceou desenquadrado da baliza mas em boa posição para marcar.
Aos 15 minutos, Rui Filipe fez um cruzamento rasteiro e com muita acutilância ao primeiro poste na direcção de Bacari, valendo na circunstância Xavi a antecipar-se ao jogador famalicense. Aliás Xavi fez uma partida de grande nível, fazendo uma boa parelha com Zé Manel.
Aos 16 minutos Ndiaeye, tentou entrar na área, Zé Manel estava no chão e tentou cortar o lance em esforço, tendo dado origem a uma grande penalidade. Na cobrança, Diop marcou de forma irrepreensível.
Até aos 24 minutos, o Famalicão foi a equipa que mais procurou jogar junto da área contrária, tendo inclusive conseguido alguns livres muito perto da área fafense, dois deles paralelos às linhas laterais da área.
O Fafe começou a espevitar a partir dessa altura e aos 24 minutos Cícero cobrou um livre que saiu á figura de André, guarda-redes da casa; aos 26 João Nogueira conduziu um lance de contra-ataque para o Fafe tendo entregue a bola a Miguel Veiga e este, na tentativa de cruzar ganhou um pontapé de canto.
Aos 28 minutos, na sequência de um canto o Fafe chegou à igualdade. A bola foi metida na área e desviada desta zona, tendo ido parar aos pés de Vítor Hugo que rematou de pronto, tendo a bola saído enrolada e ido ter aos pés de Xavi que acorreu ao canto, este com alguma maestria, colocou a bola em arco ao poste mais distante fazendo um golo de belo efeito - o seu primeiro golo esta época - e mais que isso, muito importante para o Fafe.
Aos 30 minutos, Miguel Veiga tocou subtilmente para Silvestre e este por pouco não fez o 2-1, valendo na circunstância a boa intervenção do guarda-redes famalicense; aos 31, foi Vítor Hugo a tentar meter a bola pelo buraco da agulha, tendo André, feito mais uma defesa, desta vez com os pés.
Aos 32 minutos, num livre a favor da equipa fafense, dentro da meia-lua famalicense, Cícero rematou em jeito, a bola entrou mas a rede estava furada e saiu pelo improvável buraco. O árbitro apontou a marca do meio campo mas foi confirmar o insólito e remendar o buraco existente nas malhas da baliza. Estava feito o 2-1 para o Fafe que, assim dava a volta aos acontecimentos.
O Famalicão tentou reagir e num livre, tipo canto curto, Diop, de cabeça, atirou por cima da trave; aos 37 foi Ruizinho a rematar por cima da baliza de Nuno Dias.
O Famalicão esteve muitíssimo perto do 2-2. Bacari rematou de cabeça dentro da área fafense só que Nuno Dias foi grande, ao fazer uma defesa do outro mundo evitando aquilo que parecia um golo certo. Nuno Dias foi mesmo enorme neste lance mas também esteve bem quando foi chamado a intervir em todos os lances do jogo. O Fafe também lhe deve parte desta vitória.
A segunda parte começou com um remate de cabeça de Cícero, aos 48 minutos, que saiu á figura de André.
A partir daí o Famalicão tentou de todas as maneiras e feitios chegar à área fafense, porém, a defesa do Fafe, com Zé Manel à cabeça – grande defesa central – foi resolvendo, caso a caso cada lance que se afigurava complicado.
Aos 53 minutos Vítor Hugo lesionou, dando o seu lugar a Ferrinho.
Com o Famalicão a querer atacar os lances de contra-ataque ia surgindo para o Fafe, porém, os mesmos, raramente foram bem conduzidos, com os fafenses que transportavam a bola a retê-la demasiado tempo e a perdê-la quando tinham colegas mais soltos e bem posicionados para criar perigo.
O Fafe aguentou bem a pressão dos primeiros vinte minutos deste segundo tempo.
Aos 66 minutos Nuno Dias foi mais rápido que Diarra negando-lhe os intentos; aos 66 o guardião do Fafe foi carregado com alguma violência por Rui Filipe, tendo ficado combalido.
O Famalicão tinha mais posse de bola mas o verdadeiro perigo andava arredio da baliza fafense.
Aos 80 minutos, Cícero fez uma grande abertura para Ferrinho e este consegue passar a bola por cima de um defesa mas na hora do remate foi dobrado por outro famalicense que cedeu canto; aos 84, Bijou marcou um livre na direita do ataque fafense e viu a bola bater caprichosamente nos ferros da baliza famalicense. Na recarga Ferrinho errou o alvo.
No minuto seguinte, uma acção conjugada de Rui Filipe e Diop levou alguma inquietação à área fafense.
O árbitro concedeu seis minutos de compensação mas ao quinto fez uma asneira de todo o tamanho. Bola disputada a meio campo entre Cícero e um jogador famalicense, o fafense foi em esforço á bola acabou por tocar, de forma inocente, no adversário, num lance normalíssimo de futebol e o árbitro não esteve com meias medidas, mostrando-lhe o vermelho directo fazendo uma asneira que até deixou indignados os próprios adeptos do clube da casa. Este foi um daqueles cartões tirados da cartola como o mágico faz com os coelhos. Jorge Oliveira deve ter tido um colapso momentâneo de memória para fazer uma coisa daquelas, ele que deixou passar muitas faltas passíveis de cartolina amarela impunes, algumas delas mesmo a jogadores fafenses, foi “borrar” a pintura quando o quadro já estava quase pronto. O pior é que deixou o jogador à beira de um ataque de nervos pois tinha vindo de cumprir dois jogos de castigo. Na sequência desta indignação também, João Nogueira, que tinha sido substituído e estava no banco, acabou expulso. Enfim, um final de jogo manchado por uma decisão irreflectida. Não teve o árbitro o mesmo critério numa falta bastante feia, aos 66 minutos, de Diop sobre Xavi, com o famalicense a acertar com os pitões nas partes intimas do fafense (ver foto), tendo visto apenas o cartão amarelo.


Jogo realizado no Estádio Municipal 22 de Junho, em Famalicão.

Árbitro: Jorge Oliveira, auxiliado por João Moreira e Hugo Gonçalves (CA Braga).

FC FAMALICÃO: André; Zé D’Angola (Diarra, 46’), Gulater (Tozé, 46’), Tó, Talocha, Ndiaeye, Rui Filipe, César Marques, Ruizinho (Magalhães, 64’), Diop e Bacari. Treinador, Artur Jorge.

AD FAFE: Nuno Dias; Primo, José Manuel, Xavi e Mike, Silvestre, Bijou, e João Nogueira (Josi, 76’) e Silvestre (André, 90’); Cícero, Vítor Hugo (Ferrinho, 54) e Miguel Veiga. Treinador, Agostinho Bento.

MARCADORES: Diop, 17’ (g. p.), Xavi, 28’ e Cícero, 32’.

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