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terça-feira, 6 de julho de 2010

Marcha nocturna encantou caminheiros

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Texto e fotos: João Carlos Lopes

Magnífico romper da aurora

Foi gratificante a marcha nocturna organizada pela parceria Restauradores da Granja/Basto Move-te e protagonizada por cerca de meia centena de caminheiros que não ficaram indiferentes ao desafio de caminharem sob o luar em fase de quarto minguante.

A concentração ocorreu junto da Igreja de Moreira de Rei onde os caminheiros foram chegando a conta-gotas de vários pontos do Norte do País e ouviram os conselhos dos organizadores, nomeadamente, para o perigo de alguém se desviar do grupo ou do caminho sem prévio aviso.

Feitas as advertências, já passavam largos minutos da uma hora da madrugada quando os aventureiros se fizeram ao caminho, encosta acima, de lanternas frontais, mais parecendo pirilampos-girafa. A primeira etapa do percurso teve como ponto de reagrupamento global junto do afamado “confurco”, onde foram trocadas impressões e feitos reajustamentos materiais e fisiológicos.

Se a primeira parte foi feita por caminhos estreitos, entre vegetação frondosa, iluminada pelo luar, na segunda secção do percurso foi aproveitada a estrada larga que serve de traçado dos vários ralis, até junto das monumentais torres eólicas que modificaram toda a paisagem das Serranias de Fafe. Depois de algum serpentear os caminheiros assentaram arraiais junto da casa do Penedo, bem perto do famoso salto da Lameirinha.

Enquanto Wilma Flintstone (Dona Rosa), aquecia o famoso café da avó em quantidades industriais, o seu mais que tudo, Fred Flintstone (Nelo Lobo), trajava a rigor entre os participantes, dando ar de boémio e de bom “vivant”. Este café da avó, servido em tigelas, teve a particularidade de ser apreciado com broa desfeita e misturada com o mesmo. Àquela hora e com o vento fresco que já se fazia sentir houve quem lhe chamasse uma verdadeira iguaria.

Com o romper da aurora ainda a algumas horas de distância houve quem optasse por descansar junto da Casa do Penedo, procurando a melhor cama possível da idade da pedra e quem preferisse passar as horas em amena cavaqueira.

Pouco depois das seis da manhã já os olhares se concentravam todos a Este onde o céu apresentava algumas pinceladas cor de fogo e se ouvia o primeiro choro de um bébé que nasce todos os dias, chamado Sol. À medida que o clarão se intensificava, o parto natural ia ocorrendo, com a mãe natureza a mostrar um sorriso de orelha a orelha e o menino Sol a mostrar e contagiar com toda a sua felicidade. Quando finalmente mostrou todo o seu corpo resplandecente mereceu palmas dos caminheiros que tentaram registar aquele momento com máquinas fotográficas e telemóveis.

Satisfeitos por, finalmente, terem visto o Sol a nascer por entre as montanhas, era hora de regressar, novamente a pé, até ao sítio de partida, por outros trilhos. As aves emprestavam o som ambiente e os pastos, com cavalos, bois e ovelhas, eram agora perfeitamente visíveis.

Atingido o ponto de partida, os caminheiros regozijaram-se pelo momento que protagonizaram, diferente de uma marcha normal pelas circunstâncias em que se desenvolveu, e mostraram-se gratos pela experiência vivida, levando consigo a imagem daquele vermelho cor de fogo que o romper do Sol lhes proporcionou.
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1 comentário:

euskadi disse...

Eu estive lá, com a minha maria e "respectivo", mais a manela, o zé e a Lu, a fátima e o alberto. E muitos mais caminheiros, claro!
O pior foi a viagem de regresso, a ressaca da directa..
Estava fixe o café mas o chá forte de gengibre também animou! e o bolo ainda quente antes da caminhada e as ameixas (mistura explosiva, lol)