“Estamos cientes das dificuldades mas preparados”
O Arões SC foi convidado a aceitar um lugar no Campeonato Nacional de Seniores (CNS), por desistência do Beira Mar, o que veio a aceitar. A partir de agora o Concelho tem dois clubes no CNS e na mesma série uma vez que a AD Fafe também está na Série B. Falamos com o presidente do Arões SC, Vítor Castro, que nos esclareceu algumas situações e reforçou a convicção que o Arões está preparado para este Campeonato. Disse ainda que o Clube não se compara à AD Fafe, que na sua opinião merecia estar na II Liga, entre outras questões que lhe colocamos. Falou ainda dos pedidos de apoio, do calendário dos jogos e das possibilidades da equipa no CNS, em que vai lutar pela manutenção.
MD - Como encarou o Arões SC este convite?
Vítor Castro - O Arões recebeu esta promoção já tardiamente. É lógico que estávamos à espera do convite para ingressar no Campeonato Nacional de Seniores o qual desejávamos desde o final da temporada 2014/15 e estávamos preparados para o receber. Ainda bem que isso aconteceu e se não tivesse surgido estaríamos igualmente preparados para disputar a Divisão Pró-Nacional da AF Braga.
MD - Estão cientes que é um campeonato diferente?
VC - Estamos cientes das dificuldades que vamos ter mas preparados para enfrentar o CNS. Estamos a fazer um reajuste do plantel que estavam previamente definidos, logo no início da pré-época, até porque o treinador Luís Miguel não tinha pleno conhecimento dos jogadores que contratamos. Nessa altura construímos um grupo de trabalho com o objectivo de mais à frente poder ser reajustado com três ou quatro elementos, o que estamos a colocar em marcha. Jogadores que estamos a contactar novamente e que alguns deles tinham ficado com o compromisso de poder ingressar no Arões caso subisse ao CNS.
MD - Como está o Clube em termos de infra-estruturas?
VC - Em termos de infra-estruturas e no que diz respeito ao público temos condições para receber o CNS, pois temos capacidade para receber duas mil pessoas o que considero que dificilmente irá esgotar, o que poderá ocorrer num dérbi Arões – Fafe ou no jogo entre o Arões e o Torcatense. No resto dos jogos, sabemos como é a realidade do futebol Nacional e vimos inclusive jogos da I Liga com pouco mais de duzentas pessoas. Também já iniciamos algumas obras de melhoria que já estavam projectadas há algum tempo e eram necessidade, como a construção das casas de banho para o público, o bar de apoio por trás da bancada e camarotes para patrocinadores e Comunicação Social. Vai ser ainda criada uma nova sala de balneários para a nossa formação e para podermos ter outras condições que não tínhamos no decorrer destas épocas uma vez que temos todos os escalões da formação, o que tornou obrigatório melhor as condições de apoio. Outra situação é a melhoria da iluminação que foi reestruturada na época em que o sintético foi inaugurado e agora requer nova melhoria para facilitar as condições de treino à noite.
MD - Vão poder efectuar os jogos no vosso recinto de jogo?
VC - No que respeita ao recinto do jogo o nosso campo tem as dimensões de 100X60 metros, o que acontece com todos os relvados sintéticos instalados pelo município no Concelho de Fafe. Vamos ter uma reunião com o vice-presidente da Federação Portuguesa de Futebol, doutor Rui Manhoso, no intuito de podermos realizar os nossos jogos no nosso recinto, em Arões, invocando uma época de excepção e dado o tardar deste convite que nos impossibilita de executar qualquer obra que seja a nível do palco de jogo. Já no que respeita à Taça de Portugal, se ultrapassarmos o S. Martinho e nos calhar uma equipa em casa já teremos que o fazer no Parque Municipal de Desportos, em Fafe.
MD - Já estavam a contar com outro tipo de despesas para o CNS?
VC - A este nível as taxas de organização de jogo são mais elevadas o que tem a ver com o custo do policiamento que até agora era financiado em parte pelo Ministério da Administração interna e agora será pago na totalidade pelo Clube, o custo com as arbitragens também é mais elevado. Só nestas duas situações já estamos a falar numa diferença de mais 60 por em relação ao que era o custo da época passada. É lógico que estávamos a contar com isso e foi nesse intuito que pedimos o auxílio ao município para nos poder ajudar nesses custos e penso que a edilidade mostrou abertura para nos poder ajudar, pelo menos a suportar os custos de logística para os jogos em casa e em parte para os jogos fora, aqui tem a ver com os transportes, embora as deslocações sejam sensivelmente as mesmas de um campeonato Pró-Nacional.
MD - Solicitaram ou exigiram ajuda à Câmara de Fafe?
VC - Não exigimos ao município as mesmas condições que a AD Fafe. Fomos pedir, não exigir. Pedimos reconhecimento que considero ser merecido. Uma vez que não nos reconhecem mérito temos que o pedir. Não exigimos nem nos comparamos à AD Fafe que é um Clube com outra história, na minha perspectiva com capacidade para poder estar numa II Liga e não no CNS. Não o conseguiu na época passada, o que me deixou triste, pois seria muito melhor para o Concelho ter um Clube numa liga profissional e ter outro Clube, neste caso o Arões SC, numa liga amadora mas nacional. Não fizemos exigências, pedimos foi que reconhecessem o nosso mérito, o nosso trabalho e que nos ajudassem nos custos para suportar esta temporada.
MD - Como antecipa os débis entre Arões e Fafe?
VC - Os dérbis entre Fafe e Arões devem ser encarados como forma saudável. Temos que pensar sempre no futebol como um desporto. É lógico que é um desporto competitivo e de certeza que o Fafe não vai querer perder com o Arões e de certeza que o Arões não vai querer perder com o Fafe. Fundamentalmente espero que os adeptos se mantenham fiéis aos seus Clubes e que se respeitem porque no fundo somos todos habitantes do mesmo concelho e de freguesias vizinhas, porque distam apenas quatro quilómetros entre Fafe e Arões e que esses jogos sejam sobretudo um dia de festa.
MD - O sorteio fez coincidir os jogos do Fafe e do Arões em casa. Tentaram alterar isso?
VC - A questão do calendário que fez coincidir os jogos das duas equipas em casa é outro assunto a ser discutido com Rui Manhoso da FPF, e há quase um compromisso de chegar a acordo com todo os clubes participantes no campeonato para que o Arões SC e a AD Fafe desencontrem os jogos, o que inicialmente foi pedido pelo Arões mas não foi concedido pela FPF, uma vez que a mesma não aceitava “arranjos” de datas de jogo ou de troca de jogos. Pode ser feito agora à posteriori e essa é uma promessa praticamente garantida por parte da FPF e o que vai acontecer é que quando o Fafe jogar em casa o Arões Jogará fora e vice-versa.
MD - O Arões gostaria de continuar a jogar ao Sábado?
VC - À partida fica de lado a hipótese do Arões jogar ao Sábado, no qual tinha todo o interesse, até porque o seu público está habituado que assim seja. A FPF tem regras que não podem ser quebradas e essa poderá ser uma delas mas vamos aguardar o que nos vão dizer. Se nos deixarem jogar ao Sábado, temos preferência nesse dia para os nossos jogos em casa.
MD - O que pode prometer o Arões no CNS?
VC - O que o Arões pode prometer é rigor na gestão do Clube, apesar de estar agora num campeonato nacional. Muito rigor, muito empenho e muita dedicação. O Arões SC oi ascendendo ao longo das épocas fruto do trabalho de muita gente e chega agora a um campeonato nacional mas vai continuar com os pés bem assentes no chão. É lógico que somos ambiciosos, queremos ganhar e de certeza que vamos disputar já o primeiro jogo do campeonato para ganhar e como esse todos os outros a seguir. Estamos a construir um plantel competitivo, com qualidade e penso que vai ser uma agradável surpresa para Fafe, para Arões e para todas as pessoas do futebol, que viram com alguma admiração a debandada de jogadores da época passada mas que, explicado na devida altura, se deveu fundamentalmente a factores financeiros que o Arões era incapaz de suportar em relação ao que outros clubes podem oferecer, pelo menos isso oferecer, não sei se o vão cumprir mas cada um gere o seu Clube e equipa da forma como achar melhor. Em Arões somos rigorosos nesse aspecto mas não deixamos de ser, ambiciosos. Temos jogadores com qualidade e de certeza que vamos ser a alegria das pessoas do concelho em muitos jogos e muitos fins-de-semana.
MD - Qual o objectivo para a temporada 2015/2016?
VC - O objectivo é tentar a manutenção. Podemos analisar facilmente a série de cor. É lógico que o futebol é imprevisível e vimos que numa série com dez equipas se calhar tem cinco candidatas a subir e outras cinco que vão lutar pela manutenção. O Arões está no segundo lote mas de certeza que vai lutar para ganhar todos os jogos e não vai ter medo de enfrentar os tubarões desta série.
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