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domingo, 26 de abril de 2009

3.ª Div.Nac. – Fase de Subida: AD Fafe, 1 – GD Bragança, 1

Texto e fotos: João Carlos Lopes



Empate com sabor a derrota


O empate, muito festejado, do Bragança em Fafe teve um sabor muito amargo para os fafenses que, ainda durante o primeiro tempo falharam um golo de baliza aberta, numa altura em que já estavam a vencer por 1-0. A velha máxima de que quem não marca sofre, assenta como uma luva àquilo que se passou no Municipal de Desportos em Fafe. O empate soube mesmo a vitória para os brigantinos que festejaram de forma exuberante, mas ainda há muitas jornadas pela frente e nada está decidido, aliás, o Fafe mantém o segundo lugar na tabela classificativa mas voltou a deixar fugir, tal como tinha acontecido em Joane, a vitória por entre os dedos.
O Bragança entrou muito forte no jogo, na tentativa de surpreender o Fafe e depois jogar em contra-ataque. Quase o consegui logo no primeiro minuto quando Pinha apontou um livre de pé esquero e a bola embateu na barra fafense.
A pressão brigantina durou cerca de nove minutos, findos os quais o Fafe, sob a batuta do maestro Cerdeira, partiu para uma exibição bem consguida apenas manchada pelas perdidas escandalosas do ataque fafense.
Aos 20 minutos, Vítor Borges apareceu solto na área mas acabou por perder tempo a ajeitar a bola, perdendo-se um lance de golo.
O Fafe chegou, naturalmente à vantagem aos 21 minutos. Insistência de Mike pela esquerda, ultrapassou dois brigantinos e aprimorou o passe com uma trivela ao segundo poste para Ricardo Jorge fazer o golo em mergulho de peixe.
A equipa de Condeço estava na mó de cima e aos 24 minutos o 24 fafense, Vítor Borges, viria a falhar outra boa ocasião de golo. O cruzamento foi de Ricardo Jorge - tem estado muito bem nos últimos jogos -, Armando segurou e desviou para Borges e este só com Ximena pela frente, ao tentar colocar a bola fez um passe autêntico ao guarda-redes.
No minuto seguinte reagiu o Bragança com Mendy a atirar de cabeça à malha lateral da baliza defendida por Paulo Freitas.
A formação fafense era dona e senhora do jogo e aos 33 minutos Ricardo Jorge passou por um defesa mas depois Ximena foi ágil a sair da baliza para impedir o remate.
O Fafe não só estava a atacar bem como tapar todas as linhas de passe ao Bragança que aos 43 minutos voltou a fazer a bola bater na trave da baliza fafense em cruzamento-remate de Carlitos.
Aos 44 minutos o lance mais desesperante da partida. Armando isolou Ricardo Jorge e este chamou a si Ximena e fez o passe para Vítor Borges que, de baliza completamente aberta e sem oposição atirou por cima. Se o falecido Perestrelo fosse vivo e estivesse a verv o jogo diria: “como é que é possível meu Deus”.
Vítor Borges que é, reconhecidamente, um bom jogador e um desiquilibrador, esteve em dia não e acaba por estar ligado ao empate do Fafe neste jogo. Para o número 24 fafense este era mesmo um daqueles dias em que não deveria ter saído de casa. Mas não deixará de ser um bom atleta por ter uma tarde menos inspirada e com perdidas tão flagrantes como nesta partida. Dias maus acontecem a todos e o Vítor vai compensar os fafenses com boas exibições e os grandes golos com que os habituou. Não vale a pena pensar mais nisso e quem nunca errou que atire a primeira pedra. Por morrer uma andorinha não acaba a primavera. Cabeça erguida e para a frente é que é caminho. Como dizem os “Xutos” na canção dos contentores: “o passado foi lá atrás”.
Após o intervalo, o Bragança surgiu novamente com o sentido da baliza apurado. Porém apesar de ter a iniciativa do jogo este parecia controlado pelo Fafe que não permitia que os brigantinos entrassem na área de Paulo Freitas. Mesmo assim os fafenses estavam um pouco recuados no terreno.
Dos lados dos transmontanos, Pinhal, nas bolas paradas, e Mendy em lances de futebol corrido iam dando algum trabalho à defensiva fafense.
Aos 63 minutos Vítor Borges cedeu o lugar a Ferrinho e este, na primeira jogada que teve, obrigou Ximena a defender para canto. Na sequência do canto marcado por Cerdeira, ao primeiro desvio de Ferrinho de cabeça, correspondeu Armando ao atirar para a baliza mas a bola foi salva sobre a linha de golo.
No minuto seguinte, num lance quase inofensivo, Café rematou de fora da área, a bola tabelou em João Pedro, enagando o guarda-redes do Fafe e acabou no fundo da baliza.
Os fafenses não tiveram a melhor reação ao golo, nem mesmo quando Carlos Condeço tirou Cerdeira e Fernandes para meter Kita e Móbil. O empate servia ao Bragança que se organizou muito bem defensivamente, fazendo o que o Fafe tinha feito no primeiro tempo, não permitindo linhas de passe.
As bolas paradas era a única salvação dos fafenses mas estas só surgiram na marcação de pontapés de canto. Aos 82 minutos num desses lances Armando desviou ao primeiro poste e Xavi, ao segundo, atirou, de cabeça, ao lado.
Os quatro minutos de compensação foram quase todos de fitas por parte dos jogadores brigantinos. Nada que nunca ninguém tivesse feito em futebol, passar tempo. Mesmo assim, o Fafe teve duas ocasiões soberanas. A primeira, aos 91 minutos, por Móbil com remate à figura depois de uma boa jogada dele próprio. Aos 94, na sequência de mais um canto, Armando desviou novamente de cabeça ao primeiro poste e João Pedro rematou para o golo mas viu Ximena a oferecer o corpo à bola como se fosse um caso de vida ou de morte. A verdade é que o guardião brigantino fez uma boa defeza neste lance e uma boa exibição na partida.


Em jogo realizado no Parque Municipal dos Desportos, em Fafe sob a orientação do árbitro: Pedro Meireles, auxiliado por Miguel Meireles e Carlos Martins (CA da AF do Porto), as equipas apresentaram:

AD FAFE: Paulo Freitas, Primo, Xavi, João Pedro e Mike; Fernandes (Mobil, 70’), Cerdeira (Kita, 70’) e André; Ricardo Jorge, Armando e Vítor Borges (Ferrinho, 63’). Treinador: Carlos Condeço.

GD BRAGANÇA: Ximena; Karaté, Fernando Silva, Pinhal e Pedrinha; Carlitos, Luís Rodrigues e Café; Aires, Tony (Lixa, 83’) e Mendy. Treinador: Lopes da Silva.

ACÇÃO DISCIPLINAR – Amarelos: Mike, 4’; Tony, 27’; Fernandes, 52’; Café, 58’; João Pedro, 87’; e Primo, 89’.

MARCADORES: Ricardo Jorge, 21’; Café, 64’.