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segunda-feira, 28 de junho de 2021

Entrevista a Ricardo Oliveira | Dar a volta ao mundo para ajudar a travar a doença de Parkinson

ENTREVISTA POR: JOÃO CARLOS LOPES | FOTOS: DR

"O meu maior medo é não ter tempo 
para realizar todos os meus sonhos"

Ricardo Oliveira é um fafense, com 52 anos de idade, antigo piloto de ralis, marinheiro e uma pessoa que gostava de praticar outros desportos como jogar futebol com os amigos. Foi precisamente numa futebolada que sentiu os primeiros sintomas da doença de Parkinson, quando notou falta de coordenação entre ambos os braços. Há sete anos que vive com a doença que o fez ver a vida de maneira diferente e que o levou a tentar concretizar um sonho de menino, dar a volta ao mundo, uma viagem que inicialmente estava para ser feita de veleiro mas que depois passou para uma motorhome a qual adaptou completamente para ter o máximo de conforto numa viagem de volta ao mundo de quatro anos para levar uma mensagem a 110 países: "PKS People Know Solucion, as pessoas sabem a solução, mas pouco fazem para travar a doença". Ricardo quer mostrar e provar ao mundo, que com o exercício físico, a alimentação e o minimalismo aliados a muita força de vontade é possível travar o desenvolvimento do Parkinson. A pandemia atrasou a partida mas não lhe tirou a ideia. Continua a aceitar patrocínios para a viagem e aguarda ansioso pelo dia em que possa levar a sua experiência ao mundo deste contratempo invertido.  

 
Nome: Ricardo Oliveira

Idade: 52

Profissão: Empresário

Estado Civil: Solteiro

Filhos: (3) Zé, Bia, Maira

Naturalidade: Fafe   

Nacionalidade: Portuguesa


Quando tomou conhecimento da sua doença? 


Foi durante um jogo de futebol com amigos, no ano de 2014, quando senti que o meu braço esquerdo não acompanhava o direito.


Qual foi o primeiro pensamento após esse conhecimento?

Pensei logo que era uma sentença de fim de vida.


Quer explicar por breves palavras o que é o Parkinson?

Parkinson é algo que nos rouba vida, dia após dia, retira-te os movimentos, qualidade de vida, mas hoje sei que Parkinson não é uma Sentença, Parkinson é uma Viagem, Parkinson é um Contratempo Invertido.


Como tem sido lidar com essa doença?

Nos primeiros dias e meses é assustador, mas entretanto aprendi a viver com o problema e hoje já não é ele que me domina.


Faz uma vida normal ou sente-se limitado?

Já foi mais difícil, hoje estou mais estável porque tive que me mentalizar e tentar viver da melhor maneira possível com esta doença.


De onde lhe surgiu a ideia de dar a volta ao mundo numa Caravana?

A volta ao mundo é um sonho que tenho desde que me lembro de ser pessoa. No início o projecto era de veleiro solitário, mas a ideia não foi bem aceite pela minha família, então decidi fazer numa motorhome. Na actualidade sei que por questões de mobilidade, vou usar uma van Mercedes Sprinter e uma moto KTM 390 Adventure. Sinto-me pronto para a "guerra".


Qual é a mensagem que quer fazer passar?

PKS People Know Solucion, as pessoas sabem a solução, mas pouco fazem para travar a doença. Quero mostrar e provar ao mundo, que o exercício físico, a alimentação e o minimalismo e com muita força de vontade é possível travar o desenvolvimento do Parkinson.


A pandemia está a atrasar o início dessa viagem?

Está e muito. Por causa da Pandemia a Van chegou três meses atrasada e prejudicou também em relação à captação de apoios. Espero muito sinceramente que com o desenrolar do projecto, mais apoios possam surgir.


Vai mesmo sozinho ou vai levar algum tipo de companhia?

Neste momento vou só. Mas com a certeza convicta que muitas pessoas durante a volta ao mundo irão aparecer para fazer parte da mesma. Por exemplo, para o Chile tenho várias pessoas interessadas para me fazerem companhia.


Já tem tudo organizado ou vai mesmo à aventura?

Para o primeiro ano está organizado. Para o segundo, terceiro e quarto, não tenho planos mas estou ciente que tudo vai acontecer com a maior naturalidade possível.


Quantos países pensas percorrer e em quanto tempo?

Pelas minhas contas a viagem vai durar 48 meses (4 anos), nos quais conto passar por 110 países e percorrer 150 mil km nos cinco continentes.


O que é que a doença o fez perder?

Fez-me perder a ideia que eu tinha de trabalhar sete dias por semana, 12 horas por dia e que pensar que ainda tinha tempo para viver a vida. Vivam a vida, porque tudo se compra, excepto o tempo que é sem dúvida alguma o bem mais precioso que temos.


Passou a ver a vida de maneira diferente?


Completamente. Agora vivo a vida doutra maneira. Sou por natureza boa pessoa, mas agora sinto que sou ainda mais. Uma coisa aprendi, não quero ser o homem mais rico do cemitério, quero sim ser o mais feliz e o mais viajado.


Que mensagem transmite a quem pensa quem tem tudo?

Estás cá para seres feliz, não te distrais.


Que me medos ou receios lhe surgem na memória?

O meu maior medo é não ter tempo para realizar todos os meus sonhos.

1 comentário:

Unknown disse...

SEI QUE ESTA. PENSANDO EM QUALIDADE DE VIDA DOS OUTROS PARKINSONIANOS É ADMIRÁVEL POREM MUITOS SABEM SOBRE EXERCÍCIO UMA BOA ALIMENTAÇÃO SE AS VEZES TEM PESSOAS NÃO TEM NA MESA ARROZ E FEIJÃO VIAJE MAS QUANDO RETORNAR PROCURE AJUDAR MONTE UMA EQUIPE E CONVIDE PESSOAS.CARENTE PARA FAZER EXERCÍCIOS SOMENTE UMA IDÉIA