- Mota acelerou e Serginho marcou o golo do título
Campeões da inteligência feitos de fibra "óptima"
Uma equipa fantástica, gloriosa e devota ao Clube
Cerca de quatro mil pessoas, com maior incidência para as afectas ao clube de Barcelos, presenciaram a vitória da AD Fafe, que valeu o título de Campeão Distrital de Juvenis e a consequente subida ao Campeonato Nacional, perante a equipa mais forte do Gil Vicente. O herói da tarde foi Serginho, ao apontar, de pé esquerdo, o único golo da partida, aos 103 minutos de jogo. O êxito foi festejado não só pelos Juvenis fafenses mas, também, por outros atletas do clube que se apresentaram equipados com as camisolas da AD Fafe e no final correram para o relvado para abraçar os colegas. Um momento sublime que foi acompanhado dos elogios e das palmas dos adeptos fafenses que regozijaram com o feito glorioso desta equipa fantástica que, em toda a época, perdeu uma única vez.
Apesar da considerável estatura da formação barcelense, os fafenses entraram na partida sem temerem o adversário e entregaram-se desde início á luta pelo resultado que lhes proporcionasse a alegria suprema.
Com a entrega que lhe é característica, os fafenses tomaram conta do jogo e conseguiam criar jogadas que lhes permitiam chegar com relativa facilidade à entrada da área gilista que, arrumava a casa como podia, impedindo os fafenses de progredirem dentro da grande área. Posto isso, os remates de fora da área eram a solução mais procurada. Num desses remates, aos 15 minutos, Marcelo obrigou o gilista Flávio a voar para ceder canto.
Apesar de ter as rédeas da partida, os fafenses não conseguiam materializar as suas investidas. Do outro lado, o Gil Vicente também não encontravam soluções para ultrapassar a bem organizada retaguarda fafense. Aliás, só em lances de bola parada chegavam á área do Fafe. A excepção foi a jogada ocorrida aos 34 minutos com o melhor jogador gilista e o mais incorformado, André, a rematar para Luís defender com os pés para canto.
Os fafenses haveriam de desperdiçar uma boa ocasião sobre os 40 minutos, quando hesitaram várias vezes numa situação em que poderiam ter feito o golo.
Na segunda parte o Gil Vicente apareceu muito melhor e fez aquilo que o Fafe tinha feito no primeiro tempo. Tomou conta do jogo e tentou empurrar os fafenses até à sua baliza.
Logo aos 43 minutos Luís teve dificuldade em defender um cruzamento de Dani. A equipa de Barcelos conquistou muitas faltas e bastantes cantos neste período. Na sequência de um desses cantos, aos 56 minutos, Rui Faria, bem posicionado viu o seu remate de cabeça sair por cima da trave. Nos dois minutos seguintes, foi Dani a chamar a si o protagonismo, sendo certo que num dos dois remates que fez, Luís teve de voar para lhe negar o golo.
Ao minuto 71, a sorte esteve do lado dos fafenses, quando Vítor, na sequência de mais um canto atirou ao poste.
O Fafe só reagiria nos últimos minutos da partida com João Miguel a atirar por cima e, depois, na sequência de um canto apontado por Castro quando a bola viajou com perigo pela área gilista.
O prolongamento obrigava os jogadores a esforço complementar e aí os gilistas mostraram-se mais esgotados, mesmo assim, tanto André, como Rui Magalhães e Luís, criaram lances de muito perigo para a baliza fafense. Antes, na sequência de um canto apontado por Castro, João Miguel deixou escapar a bola na hora “h”.
Aos 90 minutos, dez decorridos no prolongamento, André obrigou o fafense Luís a mais uma boa intervenção.
Na segunda parte do prolongamento os fafenses foram buscar o resto das suas forças porque não queriam morrer à beira da praia. Aos 96 minutos, o guarda-redes Flávio largou a bola mas Marcelo não estava a contar e acabou por atirar ao lado. Aos 100, João Miguel rematou com o pé esquerdo, o seu pior pé, acabando a bola por sair na direcção do guarda-redes. Aos 103 minutos Mota foi um autêntico tractor ao ganhar na raça uma bola perto do meio campo, aguentado os adversários até fazer a entrega a Serginho que não se fez de rogado e, com o pé esquerdo, de fora da área, atirou fora do alcance de Flávio, fazendo um grande e belo golo e escrevendo mais uma página brilhante na história da formação da AD Fafe.
Uma palavra ainda para a equipa técnica Miguel Paredes/Hilário, pela forma como sempre souberam motivar a equipa e pela excelente leitura de jogo que tiveram ao longo da época e, principalmente, nesta partida que valeu o título, sendo certo que o resultado é fruto de um trabalho minucioso e elaborado que muito enaltece e enobrece a formação do futebol fafense.
Em jogo realizado no Campo Cruz do Reguengo, em Vila Verde, sob a orientação do árbitro João Ricardo Silva, auxiliado por Nuno Eiras e José Barros as equipas apresentaram:
GIL VICENTE: Flávio; Riquinho, Vítor, Hugo e Stefan; Joca, André e Henrique, Dani (Pedro, 66’, Rui Faria e Vintena (Luís, 75’). Treinador, Sá Pereira.
AD FAFE: Luís; Miguel Alves (Pedro Mendes, 70’), Joni, Rui Rampa, Toka, João Vítor, Marcelo, Mota, Diogo Costa (Serginho, 81’), João Miguel e Zé Brochado (Castro, 54’). Treinador, Miguel Paredes.
ACÇÃO DISCIPLINAR: Cartões Amarelos: Riquinnho, 2’; João Miguel, 69’; Henqrique, 78’; Vítor, 80’; Serginho, 103’ e Castro, 103’. Cartões Vermelhos: Jorge Miguel (suplente), 108’; Rui Faria (depois do jogo terminar).
MARCADORES: Serginho, 103’.