.

.
.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Pedestrianismo: Trilho da Água antes de o ser já é



Texto e fotos: João Carlos Lopes
.
Percurso espectacular cativou  forasteiros
.
Numa organização conjunta dos Restauradores da Granja e da Secção de Montanha da Adefacec, cerca de três dezenas de caminheiros percorreram os caminhos quase virgens do “Trilho da Água”, um percurso, com cerca de 11 km, que pela sua componente paisagística, ambiental e cultural não tardará muito a ser acrescentado aos 11 já marcados no Concelho de Fafe. 
A grande maioria dos caminheiros deslocaram-se do Porto e não deram o seu tempo por perdido. Seguindo o pontão na barragem no sentido parque de Campismo Travassós e virando imediatamente à esquerda junto ao final da albufeira, começa o espectáculo de som, luz e cor. Cada metro percorrido encanta mais que o anterior. A água canta e encanta com uma força brutal a percorrer o leito do rio, contornando pedras e obstáculos para produzir melodias que embebessem e embalam, deixando-nos a sorrir e a chorar por mais e mais, alegrando a alma, satisfazendo o coração.
É assim ao longo de quase toda a primeira metade do percurso até ao parque de merendas de Travassós, também ele junto ao Rio. Mas pelo caminho há casas antigas, moinhos, pontes e açudes incrustadas numa floresta quase virgem onde apetece ficar eternamente e desfrutar de todos estes encantos da natureza.
De registar a bondade e a espontaneidade da Dona Lucinda, a esposa do chefe dos escuteiros de Travassós, que além de “matar” a sede e a fome aos caminheiros os divertiu com a linguagem própria de um povo pronto a agradar ao mais estranho dos cidadãos que por ali passe. Também ela é um fruto da natureza, tão genuíno como a própria vida do rio.       
O percurso era circular e no regresso, já por caminhos um pouco mais urbanos a meteorologia resolveu brindar os presentes com chuva diluvial e até granizo mas isso só serviu para reunir “as ovelhas” do rebanho debaixo de um coberto de lavrador e promoveu mais algumas alegres e bem gizadas trocas de palavras.
Houve ainda tempo para visitar a casa do Bispo de Vila Real, e a sua pequena mas majestosa capela, um átrio com laranjeiras carregadas, que serviu para a tradicional foto de conjunto. 
O regresso ao ponto de partida não foi directo e proporcionou mais alguns momentos de rara beleza mostrando o que o campo tem de melhor: ar puro, o verde que tanto caracteriza o Minho, casas antigas, capelas em sítios pouco prováveis e o aroma da natureza em plena Primavera.
Chegou a hora do almoço em que todos partilharam o que trouxeram e os caminheiros do Porto não partiram sem fazer o Trilho verde da Marginal, outros espectáculo natural que circunda a Albufeira de Queimadela.
O Trilho da Água teve aqui o seu pré-baptismo mas já é um facto consumado, porque um percurso destes é uma dádiva dos Deuses.
.

Sem comentários: