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Percurso espectacular cativou forasteiros
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Numa organização conjunta dos Restauradores da Granja e da Secção de Montanha da Adefacec, cerca de três dezenas de caminheiros percorreram os caminhos quase virgens do “Trilho da Água”, um percurso, com cerca de 11 km , que pela sua componente paisagística, ambiental e cultural não tardará muito a ser acrescentado aos 11 já marcados no Concelho de Fafe.
A grande maioria dos caminheiros deslocaram-se do Porto e não deram o seu tempo por perdido. Seguindo o pontão na barragem no sentido parque de Campismo Travassós e virando imediatamente à esquerda junto ao final da albufeira, começa o espectáculo de som, luz e cor. Cada metro percorrido encanta mais que o anterior. A água canta e encanta com uma força brutal a percorrer o leito do rio, contornando pedras e obstáculos para produzir melodias que embebessem e embalam, deixando-nos a sorrir e a chorar por mais e mais, alegrando a alma, satisfazendo o coração.
É assim ao longo de quase toda a primeira metade do percurso até ao parque de merendas de Travassós, também ele junto ao Rio. Mas pelo caminho há casas antigas, moinhos, pontes e açudes incrustadas numa floresta quase virgem onde apetece ficar eternamente e desfrutar de todos estes encantos da natureza.
De registar a bondade e a espontaneidade da Dona Lucinda, a esposa do chefe dos escuteiros de Travassós, que além de “matar” a sede e a fome aos caminheiros os divertiu com a linguagem própria de um povo pronto a agradar ao mais estranho dos cidadãos que por ali passe. Também ela é um fruto da natureza, tão genuíno como a própria vida do rio.
O percurso era circular e no regresso, já por caminhos um pouco mais urbanos a meteorologia resolveu brindar os presentes com chuva diluvial e até granizo mas isso só serviu para reunir “as ovelhas” do rebanho debaixo de um coberto de lavrador e promoveu mais algumas alegres e bem gizadas trocas de palavras.
Houve ainda tempo para visitar a casa do Bispo de Vila Real, e a sua pequena mas majestosa capela, um átrio com laranjeiras carregadas, que serviu para a tradicional foto de conjunto.
O regresso ao ponto de partida não foi directo e proporcionou mais alguns momentos de rara beleza mostrando o que o campo tem de melhor: ar puro, o verde que tanto caracteriza o Minho, casas antigas, capelas em sítios pouco prováveis e o aroma da natureza em plena Primavera.
Chegou a hora do almoço em que todos partilharam o que trouxeram e os caminheiros do Porto não partiram sem fazer o Trilho verde da Marginal, outros espectáculo natural que circunda a Albufeira de Queimadela.
O Trilho da Água teve aqui o seu pré-baptismo mas já é um facto consumado, porque um percurso destes é uma dádiva dos Deuses..
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