TEXTO: JOÃO CARLOS LOPES | FOTO: DR
“Acho que a nossa divisão não terá competição esta época”
Apesar de ter apenas 40 anos, Vítor Jorge Pacheco, é um treinador já sobejamente conhecido nas Associações de Futebol de Braga e do Porto, treinando atualmente a ACD Pica na Divisão de Honra da AF Braga, mas já com um percurso considerável pelo caminho.
O técnico, que tem o Curso de Treinadores de Futebol UEFA B, Nível II, arrasta consigo um vasto trajeto como jogador e também já como técnico de futebol, sendo-lhe reconhecimento o método, empenho e profissionalismo nos clubes onde passou, juntando a essas experiências outras como a participação em várias formações e estágios em clubes de topo do futebol nacional, nomeadamente Sporting Clube de Portugal e Futebol Clube do Porto.
Como atleta representou as camadas jovens do Futebol Clube Felgueiras, onde alcançou uma subida ao Campeonato Nacional de Iniciados (1993/94) e foi Campeão Distrital de Juniores (1996/97). Como sénior, representou o FC Tirsense, Gondomar SC, CRPP Barrosas, URD Regilde, SC Lamego, Caíde Rei SC, em alguns deles mais que uma temporada época, tendo terminado a sua carreira de futebolista ao serviço da equipa fafense do OFC Antime que representou por duas temporadas.
Como treinador começou por colaborar com as escolinhas do CA Felgueiras, passando depois a treinador das mesmas e mais tarde da equipa de iniciados. Em equipas seniores estreou-se ao serviço do SC Rio de Moinhos e passou ainda pelo OFC Antime, GD Silvares, FC Lixa (Sub 19 e coordenador da formação), FC Lixa (Seniores no CdP)), GD Serzedelo, CC Taipas, CRP Barrosas e ACD Pica.
Montelongo Desportivo falou com Vítor Pacheco sobre a ACD Pica, a atualidade do desporto regional e o contexto de pandemia que vivemos atualmente, deixando ele próprio muitas questões ainda sem resposta no ar.
Acha que vai ter o plantel que pretende?
Penso que conseguimos construir um plantel bastante competitivo, com muita qualidade, que neste momento ainda poderá ser reforçado com mais 1 ou 2 jogadores. Os que estão dão garantias de começarmos muito confiantes que seremos capazes de alcançar os objetivos traçados para esta época.
Já começaram a treinar?
Não. Tínhamos a pré-época toda planeada, com início previsto para 14 de setembro, com o adiamento do início do campeonato para novembro e fruto de toda a indefinição e insegurança que o panorama atual transmite decidimos adiar o início dos treinos para 12 de outubro. Se não houver novas alterações por parte da AF Braga será essa a data do início dos nossos treinos.
Considera estarem reunidas as condições de saúde para se treinar e jogar?
Tenho muitas dúvidas relativamente ao arranque das competições. Vejo muita indefinição, muitas dúvidas e poucas respostas, ou respostas muito pouco claras a essas mesmas dúvidas. Sinceramente, e espero estar enganado, acho que a nossa divisão não terá competição esta época, e se tiver vai ser uma enorme confusão, principalmente quando os casos positivos, penso ser inevitável o seu aparecimento, começarem a surgir, as equipas vão parar. Os jogos vão ser reagendados? Para quando? Como irá reagir a entidade patronal à ausência forçada de um trabalhador? Todos os campos estão preparados para receber os seus jogadores e os adversários? Sem público como conseguirão os clubes cativar os patrocinadores? Não vejo o cenário muito favorável para a retoma das competições, porque não há respostas nem um plano concreto para enfrentar e ultrapassar todas estas questões.
Que objetivos traçaram para a temporada 2020/21?
O objetivo passa por ser campeão e subir de divisão. Se não fosse esse o objetivo não abraçaria um projeto na Divisão de Honra. Se vai ser difícil? Vai. É sempre muito difícil ser campeão, seja qual for o campeonato, divisão ou competição. Exige muito sacrifico, muito trabalho e muita competência. Iremos tentar ter sempre presente todos estes pressupostos no dia a dia, pois só assim conseguiremos alcançar o nosso objetivo.
O que é para si o futebol sem público?
O futebol é do povo e para o povo. Não me parece que as bancadas de futebol, espaços ao ar livre, com capacidade para as pessoas estarem com o devido distanciamento, sejam dos locais mais perigosos para contrair o vírus. Faz sentido limitar a lotação, não faz qualquer sentido não haver público.
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