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sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Entrevista: João Nogueira foi o herói do jogo em Nine

Texto e foto: João Carlos Lopes 
(Publicado no Jornal Notícias de Fafe)

“Não troco a AD Fafe por outro clube da mesma divisão”

João Nogueira foi o homem do jogo em Nine, ao marcar o golo solitário que deu os três pontos ao Fafe. Jovem mas sentimentalista dedicou o golo à mãe que fazia anos nesse dia e ao avô que já partiu. É um dos muitos jogadores da terra que sente a AD Fafe como ninguém. Fez a sua formação no Clube, onde se destacou com grandes exibições e muitos golos, passou o primeiro ano de sénior no Arões SC, clube que não esquece e já representa a AD Fafe há oito épocas consecutivas, onde é um dos capitães de equipa. Com 27 anos ainda alimenta a ilusão de jogar num patamar superior, se possível com as cores da AD Fafe ao peito. Mas para já o seu pensamento está no próximo jogo, frente ao Limianos. Saiba como pensa este médio criativo. 


Que comentário lhe merece o jogo com o Ninense?

JN - Embora tenha sido um jogo entre primeiro e último classificado, sabíamos que ia ser uma partida equilibrada, disputada e complicada, mas estávamos preparados para isso. O valor do Ninense não condiz com o lugar que ocupa. Têm jogadores experientes, um relvado sintético que favorece muito quem está habituado a treinar e jogar lá, e depois vinham de uma mudança de treinador, o que é um factor motivacional. Apesar disso a nossa abordagem ao jogo foi impecável. Não fizemos uma exibição perfeita mas creio que fomos muito práticos e objectivos. Respeitámos muito o Ninense como qualquer adversário e penso que isso tem sido um grande factor que contribui para o lugar que ocupamos neste momento.


Foi um golo com dedicatória especial?

JN - O golo foi dedicado à minha mãe que é das pessoas que mais amo nesta vida e curiosamente fazia anos. Achei o momento oportuno e dediquei-lhe o golo. Sem NUNCA esquecer o meu Avô que desde o dia 4 de Março já não está cá. Mas vai estar sempre na minha memória. Todos os feitos que eu consiga, quer colectiva, quer individualmente, serão sempre dedicados a Ele. Quero muito que ele se sinta tão orgulhoso de mim como eu dele!


Que significado tem para si jogar no Fafe?

JN - Jogar no Fafe é um prazer. É o clube mais representativo da cidade e acredito que nós, jogadores cá da terra, embora sejamos por vezes os mais criticados somos por outro lado os que sentimos mais o clube. Não querendo dizer que os meus colegas que não são de cá não o sintam. Nada disso! Mas quem vive cá é diferente. Desde pequeno acompanhava o Fafe e desde os meus 10 anos que jogo cá e tenho muito orgulho nisso.


Já são 8 épocas como sénior na AD Fafe. Alguma vez foi abordado por outro Clube?

JN - É verdade, 8 anos! Parece que subi ontem a sénior. O tempo passa. O ano passado fui abordado por dois clubes da 2.ª Liga mas as coisas acabaram por não se concretizar. Já fui também abordado por outros clubes da mesma divisão do Fafe. Mas acho que estou em condições de dizer que não troco a AD Fafe por outro clube da mesma divisão!


Foi positivo ter passado pelo Arões SC, no primeiro ano de sénior?

JN - Claro que foi positivo. Embora na altura tenha ponderado bem o empréstimo hoje olho para trás e embora as coisas na altura não acabassem por acontecer como eu queria aprendi e ganhei outras coisas. Na altura era muito jovem. Jogava a extremo, quando tinha feito todas as camadas jovens a 10. Os campos não eram sintéticos e por tudo isto não correu assim tão bem como desejava. Contudo, acabei por ganhar outras coisas que possuo hoje. Se hoje sou um jogador diferente também devo muito ao Arões. Ganhei mais raça, mais poder de choque, dividi mais as bolas, sou mais pressionante. Enfim, se calhar é por tudo isto que o treinador Agostinho apostou em mim como médio e agradeço-lhe isso porque é lá que gosto realmente de jogar. Tenho um carinho especial pelo Arões e pelas pessoas e pelo ambiente que acabei por conhecer. Vou acompanhando a sua época por tudo isto mas também por duas pessoas que ainda lá estão, o Presidente Pedro Castro por quem tenho um respeito e uma admiração enorme e também pelo “mister” Miguel Paredes que foi meu treinador nas camadas jovens e é uma pessoa que me ensinou muito, não só como jogador mas também como Homem.


Aos 27 anos ainda alimenta alguma ilusão?

JN - É claro que ainda ambiciono jogar numa divisão superior. Também tenho consciência de que já não sou novo. Porém, acredito muito em mim e sei que um dia vou chegar lá.


Quais os seus desejos para 2014?

JN - Para 2014 e um bocado em sequência da pergunta anterior, desejo muito que o Fafe suba de divisão. É um sonho meu e de toda a equipa. Penso que Fafe tem estrutura para que tal seja possível. Mas não queremos pensar a longo prazo. Queremos ganhar agora no próximo Domingo para primeiro ficar nos dois lugares da frente. Depois todo o resto seria tudo bónus. Aproveito ainda para desejar um Bom Natal e um Feliz 2014, não só a todos os leitores do Notícias de Fafe como também a todos os fafenses.
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