TEXTO E FOTOS: JOÃO CARLOS LOPES
Nunca o nome Operários teve tanto significado
Às portas de fazer uns respeitosos 80 anos, o Operário Futebol Clube de Antime não para de surpreender todos aqueles que vivem de perto a realidade do Clube que, na noite de sexta feira, acrescentou mais história em atos, palavras e concretizações.
A noite começou com uma justa homenagem a um homem que viveu a coletividade através dos tempos e foi sempre um respeitável símbolo do clube, Avelino da Silva (Lucas), com o descerramento de uma placa junto dos balneários mais antigos do Clube, - "Toda a vida aqui vivida, a vida toda agradecida", uma frase que sintetiza o que este homem foi para o Clube e o que o Clube foi para ele. O descerramento foi feito, a seu pedido, por familiares. Ele que humildemente disse que a homenagem era "imerecida", apesar de ser neste momento, como o próprio frisou "o único homem vivo à face da terra que que viu nascer o Clube". Avelino Lucas conta 93 anos e o presidente Jorge Marinheiro manifestou o desejo de que ele continue vivo por muitos mais anos. Uma linda, justa, sentida, e emocionada homenagem a uma lenda viva desta Operária Coletividade.
Após todos os presentes atravessarem o relvado, iluminado com lâmpadas led que até fazem a noite enganar o dia e, já no último piso da sede, houve lugar a outras inaugurações: primeiro o magnífico auditório, bem equipado e com capacidade para cem lugares sentados e que servirá futuramente para acolher várias iniciativas internas e externas.
Muito importante também é a dignidade que a Coletividade Operária deu ao espólio do Clube com a sala de troféus, expondo-os de forma brilhante e harmoniosa em duas salas contíguas, respeitando a sua história, perpetuando-a de forma a provocar em quem a visita a vontade suficiente de vestir ainda com mais dignidade a camisola do Antime e aumentar o número de troféus ou outros adereços relevantes para memória futura.
Foi mais uma noite memorável para o Operário Clube de Antime que, de uma assentada, mostrou aos presentes a sua nova e moderna e energeticamente eficiente iluminação, homenageou uma lenda viva do Clube, inaugurou um moderno e prático auditório e deu a conhecer a forma condigna com que guarda os troféus e os objetos mais significativos do Clube.
José Maria Teixeira, Serafim Gonçalves Oliveira, António Fernandes Barros e António Silva, fundadores do Operário Futebol Clube de Antime, em 3 de Junho de 1943, devem estar felicíssimos no Céu, ao ver a dimensão e proporção em que o seu sonho se tornou.
Este Antime é, sem dúvida, um exemplo para todas as coletividades do País, um caso de estudo e digno merecedor de que o ajudem a alargar as suas infraestruturas desportivas, para dar ainda mais dimensão a algo, que sendo feito por carolice e muito empenho, não está ao alcance de qualquer ser humano. Além da direção presidida por Jorge Marinheiro não se pode esquecer também o grande contributo e conhecimento de Paulo Teixeira, um engenheiro que sonha com coisas muitos bonitas e além da sua visão em termos estruturais é também o grande obreiro do nascimento de outra realidade recente do Clube, o futebol feminino.
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