Se os caminhos falassem!
Cerca de duas centenas de caminheiros compareceram à chamada da XIV Marcha da Liberdade que os conduziu por caminhos e estradas ao longo das Freguesias de Antime, Armil, Cepães e Fafe, na extensão de 10,6 km.
Se os caminhos falassem, muitas histórias passadas nesses percursos se ouviriam e muitos mistérios se desvendavam. Estas caminhadas livres que já vão na sua 14.ª edição levam-nos aos confins da memória do povo quando pisamos locais que eram míticos para os nossos antepassados e para muita gente que ainda cá anda de boa saúde e recorda com saudade, entre outras coisas como ter trabalho, os campos outrora cultivados que agora estão cheios de vegetação selvagem.
Com partida junto à sede da Junta de Freguesia de Antime, os caminheiros passaram pelo Bairro em direcção à Fabrica do Ferro que tanta gente empregou do Concelho e cujo silvo dava indicações do tempo ao povo das redondezas e a quilómetros de distância. Depois de passada a ponte pedonal metálica e o canal e já junto das instalações dessa unidade fabril os Leões do Ferro recriaram os tempos em que a mesma laborava, vestidos à época.
Contornando as instalações da fábrica a caminhada prosseguiu em direcção a Armil, numa boa extensão, em paralelo com o Rio Ferro que corria vigoroso.
Ao entrar em Armil, a Junta de freguesia local brindou os presentes com algumas peças de fruta, prosseguindo a caminhada pela encosta em direcção ao Monte de S. Jorge, onde a vista tinha um horizonte largo e diversificado.
A etapa seguinte tinha como destino a estação de Cepães, edifício recuperado, onde funciona um bar e a sede da Sociedade de Recreio Cepanense, pouso de muitos cicloturistas e pedestrianistas que circulam na antiga linha do caminho de ferro entre Fafe e Guimarães, convertida em pista de cicloturismo e pedestrianismo e que é uma grande obra feita para o povo e á qual o povo dá o verdadeiro valor. Para recordar os tempos em que o comboio apitava para aqueles lados estão lá ainda as placas com o “Páre, escute e olhe” e um vagão de carga, recuperado, bem como alguns instrumentos da linha, para memória futura.
A estação seguinte foi a passagem pela Ponte do Romeu, também ela cheia de histórias do povo que ia trabalhar para a Azenha e posteriormente par as fábricas que alimentaram muitas famílias.
Restava a estação final, com o trajecto a passar por Bouças em direcção ao Castro de Santo Ovídio, onde o arqueólogo Jesus Martinho deu algumas explicações sobre a história daquele monumento do tempo dos Romanos que se encontra em ruínas e de alguma forma abandonado.
Restavam algumas centenas de passos para atingir a parte final da caminhada junto à sede da ARCO Santo Ovídio, no sopé da capela, que teve a gentileza de oferecer um pequeno lanche aos participantes.
A encerrar esta Marcha houve um almoço/convívio, servido na Escola Professor Carlos Teixeira, o qual foi abrilhantado com o Grupo de Cavaquinhos da ARCO.
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