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sexta-feira, 20 de junho de 2014

Luís Carlos abre o coração e fala da sua passagem pela ACD Pica

Texto e foto: João Carlos Lopes 

“O Pica é um Clube com muitos vícios” 

O treinador fafense Luís Carlos resolveu abrir o livro sobre a sua saída da ACD Pica a meio da época passada, tendo deixado terminar a época para o fazer.

O técnico de 40 anos disse que quando foi para o Pica “não lhe foi pedida a subida de divisão. No entanto, no seu íntimo tentou fazer ver aos jogadores que era possível lutar pela”. 

Na óptica do técnico “o campeonato não começou bem, com seis empates seguidos. Pelo menos em cinco deles, tirando o jogo com o Antime, a vitória esteve ao nosso alcance. Mas aconteceu de tudo um pouco”. 

Luís Carlos reconhece que “plantel tinha lacunas mas estávamos convencidos que dava para morder os calcanhares aos primeiros. Quando senti que já não conseguíamos os objectivos coloquei o lugar á disposição ao seguir ao jogo com o Terras do Bouro. Não saí nessa altura porque me foi dado um voto de confiança mas, depois do jogo da Taça com o Arões SC disse ao Director Desportivo que não continuava a treinar o Pica”. 

O técnico esclarece, “nada tenho a apontar aos jogadores pois senti que estavam sempre comigo, tirando uma ou outra excepeção. Porém, o grande mal do Pica é que é um Clube com muitos vícios”. Explica, “joguei seis ou sete temporadas neste Clube e pensei que ia encontrar uma estrutura igual. Sem dúvida que a ACD Pica melhorou em termos de infra-estruturas mas ainda tem muito que melhorar em termos organizativos. Ainda o tentei fazer mas perante tantos vícios foi impossível”. 

O também ex-jogador do Clube, que ainda hoje detém o recorde de atleta com mais golos marcados, quer no global (mais de 80), quer numa só época (40) adianta “fiquei desiludido porque quando deixei o Pica como atleta este foi dos melhores Clubes que representei e passei por muitas equipas que representavam sedes de Concelhos.”

Luís Carlos aprofunda mais a sua desilusão. “Fiquei desiludido com algumas pessoas no Pica mas houve outras que me surpreenderam pela positiva, como o presidente Francisco Oliveira que me demonstrou sempre apoio total. Sei que há pessoas que não têm a melhor impressão dele mas considero que ele diz o que pensa e o que sente sem hipocrisia. Pessoalmente prefiro trabalhar com pessoas assim que com outras”. 

O técnico prossegue a sua linha de pensamento ao dizer que “no futebol há duas ou três coisas que não se pode abdicar. Tem que haver lealdade e honestidade entre jogadores, equipa técnica e Direcção, pois todos devem lutar pelo mesmo de maneira a honrar e dignificar a Colectividade que representam”. 

O treinador afirma “ter tido o cuidado de ter vindo embora quando o campeonato da Divisão de Honra ia parar 15 dias para dar tempo de arranjar novo treinador. Continuo a gostar muito do Pica porque foi um dos clubes que mais me marcou 

Pouco depois de sair do Pica o técnico, juntamente com o seu adjunto Antero Leite tiveram um convite para treinar mas, na altura, “entendi que não era oportuno fazê-lo e preferi ficar sem treinar até ao final da época.

Luís Carlos é agora um treinador livre e aberto a propostas para treinar. Depois de ter tido uma excelente carreira como jogador, iniciou a carreira de treinador no Fermilense, Clube que já representou quatro temporadas e onde conseguiu duas subidas de divisão. Passou ainda pelo Atlético Cabeceirense e mais recentemente pela ACD Pica. Quanto ao futuro “só Deus sabe”.
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